Ex-líder mundial em investimentos ESG alerta para bolha 'sustentável'
Eiji Hirano comandou o conselho do Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão, referência mundial em investimentos ESG
Bloomberg
Publicado em 30 de junho de 2021 às 08h00.
Por Emi Urabe, Gearoid Reidy e Shoko Oda, da Bloomberg
O ex-presidente do conselho de governadores do maior fundo de pensão do mundo vê sinais de “ bolha ” nos investimentos ambientais, sociais e de governança e disse que o fundo japonês precisa avaliar quanto os chamados ativos ESG contribuem para os retornos.
Eiji Hirano, que comandou o conselho do Fundo de Investimento de Pensões do Governo do Japão (GPIF, na sigla em inglês) de 2017 até o início deste ano, esteve no comando durante um período tumultuado para o fundo, que se tornou líder mundial em investimentos ESG. O fundo agora precisa reavaliar sua abordagem para o segmento, afirmou.
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“O GPIF precisa voltar às raízes e pensar em como analisar se o ESG é realmente rentável, bem como avaliar e padronizar o ESG”, disse em entrevista. “Há um pouco de bolha no ESG agora, e devemos avaliar o que é bom e o que é ruim.”
O conselho de governadores, formado em 2017, tem função de supervisão e fiscaliza questões como a alocação de ativos e compensação, embora não a operação do dia a dia do fundo. O GPIF, que administra 178 trilhões de ienes (US$ 1,6 trilhão), divulga resultados em 2 de julho para o ano encerrado em março, e a expectativa é de retornos recordes.
Em entrevista à Bloomberg News em Tóquio em 23 de junho, Hirano abordou assuntos como a possibilidade de o fundo precisar reconsiderar a ponderação das ações domésticas em sua próxima revisão de portfólio, o papel dos ativos alternativos e a escolha enfrentada sobre investir em dívida soberana chinesa.
Investimento ESG
O GPIF foi pioneiro no investimento ESG no Japão, aclamado como um fundo que tentou “mudar o mundo” por meio de sua abordagem ousada sob o ex-diretor de investimentos Hiromichi Mizuno e o ex-presidente Norihiro Takahashi.
O fundo tem se mostradorelativamente cautelosoem ESG sob a nova gestão. Hirano diz que é menos vital para o GPIF estar na liderança das apostas em ESG e disse que o fundo deve examinar os verdadeiros retornos da classe de ativos em expansão.
“Sob a liderança de Takahashi e Mizuno, muitos passos ousados foram dados em ESG”, disse Hirano. “Faz parte do código de governança corporativa agora, e o governocomeçoua agitar a bandeira sobre questões como mudança climática. A tendência foi estabelecida, mesmo que o GPIF não esteja na liderança.”
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