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Empresas querem executivos do petróleo para assessoria climática

Nas últimas semanas, empresas como Daimler AG e Goldman Sachs escolheram executivos da petroleira Shell para desempenhar papéis estratégicos relacionados à gestão climática

Nas últimas semanas, empresas como Daimler AG e Goldman Sachs escolheram executivos da petroleira Shell para desempenhar papéis estratégicos relacionados à gestão climática (Marcos Brindicci/Reuters)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 1 de abril de 2021 às 15h30.

Última atualização em 13 de abril de 2021 às 15h24.

À medida que as empresas se comprometem cada vez mais com as metas de emissões líquidas zero, algumas estão recorrendo a uma fonte improvável para ajudá-las a limpar suas operações: a indústria de petróleo e gás.

Na quarta-feira, os acionistas da montadora Daimler AG votaram no chefe da Royal Dutch Shell Plc, Ben van Beurden, para seu conselho fiscal. A diretora financeira da petrolífera anglo-holandêsa, Jessica Uhl, também assumirá uma posição de consultoria no Goldman Sachs Group Inc. em julho, se receber votos para diretora independente em 29 de abril.

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“Eu acredito que posso trazer ideias, conhecimento e experiência para a Daimler, com o cenário de energia em constante mudança,” van Beurden disse aos acionistas na assembleia geral anual da montadora nesta semana.

O CEO do Goldman Sachs, David Solomon, disse no início deste mês que Jessica Uhl, da Shell, estava “bem posicionada” para aconselhar o banco em tópicos que vão do desenvolvimento estratégico à gestão de risco climático. Ele mencionou especificamente a experiência da CFO em sustentabilidade como sendo valiosa.

A decisão de recorrer aos executivos do petróleo parece estar em desacordo com um setor de transporte que está sob pressão para reduzir as emissões de carbono e um setor bancário sob crescente escrutínio por suas ligações com a indústria de combustíveis fósseis. No entanto, a Shell, como a maioria de seus pares europeus, está criando sua própria estratégia para se tornar mais verde.

A empresa prometeu diminuir suas emissões de carbono e se concentrar em fontes de energia mais limpas, enquanto pretende reduzir sua produção de petróleo em até 2% ao ano. Ainda assim, o caminho para o zero líquido pode ser longo, com a maior parte das emissões de gases de efeito estufa da empresa apenas caindo no ano passado, como resultado da venda de ativos e do impacto da pandemia na demanda global de petróleo.

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