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Emissões globais de CO₂ devem bater recorde em 2025, aponta estudo

Relatório do Global Carbon Budget alerta que o limite de 1,5°C pode ser impossível de manter, com crescimento das emissões e avanço limitado das fontes renováveis

Descontrole: apenas nos EUA, as emissões geradas pelo carvão aumentaram cerca de 7,5% (Luke Sharrett/Bloomberg)

Descontrole: apenas nos EUA, as emissões geradas pelo carvão aumentaram cerca de 7,5% (Luke Sharrett/Bloomberg)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 14h30.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 14h32.

O quarto dia de debates na COP30, em Belém, começou com uma previsão assustadora, mas que não chega a ser surpreendente. O mundo deve registrar em 2025 um novo recorde de emissões globais de CO₂ provenientes da queima de combustíveis fósseis. A análise alerta que pode se tornar impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C.

O relatório Global Carbon Budget, divulgado anualmente, avalia as emissões de dióxido de carbono geradas pela queima de hidrocarbonetos, pela produção de cimento e pelo uso do solo — como o desmatamento —, relacionando esses dados aos limites definidos pelo Acordo de Paris, de 2015.

De acordo com a pesquisa, as emissões de CO₂ provenientes de combustíveis fósseis devem crescer 1,1% em 2025 na comparação com o ano anterior. As fontes renováveis, embora em expansão, não serão suficientes para compensar o aumento da demanda energética.

O estudo estima que as emissões de petróleo, gás e carvão subam neste ano, alcançando um recorde de 38,1 bilhões de toneladas de CO₂.

Conta não fecha

Para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, restariam apenas 170 bilhões de toneladas adicionais de CO₂ a serem lançadas na atmosfera, segundo o relatório.

“Isso equivale a quatro anos de emissões no ritmo atual antes de que o orçamento de carbono para 1,5°C se esgote — então é basicamente impossível”, afirmou Pierre Friedlingstein, diretor da pesquisa e professor da Universidade de Exeter, no Reino Unido.

O fracasso em reduzir as emissões responsáveis pelo aquecimento global lança uma sombra sobre a COP30, que ocorre sem a presença dos Estados Unidos, o segundo maior emissor do planeta.

“Precisamos de metas ambiciosas, porque cada décimo de grau é crucial”, disse em Belém Stephen Stich, também da Universidade de Exeter.

Apesar das projeções de que 2025 será um dos anos mais quentes já registrados, os compromissos climáticos dos países seguem aquém do necessário. “Coletivamente, o mundo não está entregando”, afirmou à AFP Glen Peters, do centro de pesquisa climática CICERO, na Noruega. “Todos precisam fazer a sua parte — e fazer mais.”

Quando o pico será atingido?

Segundo Peters, as emissões de combustíveis fósseis da China se mantiveram estáveis neste ano, especialmente no setor de carvão, o que pode indicar que as energias renováveis estão começando a ganhar mais espaço na matriz energética.

Ainda assim, ele pondera que a incerteza sobre a política climática do maior poluidor do mundo torna cedo afirmar que o país atingiu o pico de emissões. “A tendência aponta para uma futura redução, mas isso ainda deve levar algum tempo.”

Nos Estados Unidos, as emissões geradas pelo carvão aumentaram cerca de 7,5%, impulsionadas pela alta no preço do gás, que levou consumidores a recorrerem a essa fonte mais poluente.

“É preocupante e, para mim, incompreensível, porque as energias renováveis já são muito baratas e deveriam ser a nova norma. E, no entanto, os combustíveis fósseis continuam dominando”, disse em Belém Niklas Höhne, do Instituto NewClimate.

Tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia registraram aumento nas emissões, revertendo tendências recentes de queda, em parte devido à maior demanda por calefação durante o inverno.

Na Índia, uma temporada de monções mais precoce e o avanço das fontes renováveis ajudaram a conter o aumento das emissões de CO₂ em relação aos últimos anos.

Publicado na revista Earth System Science Data, o estudo aponta que 35 países já conseguiram reduzir suas emissões sem comprometer o crescimento econômico — o dobro do número observado há uma década.

As projeções indicam que as emissões totais da humanidade, incluindo as ligadas ao uso do solo, devem atingir 42,2 bilhões de toneladas neste ano — um leve recuo em relação a 2024, embora ainda incerto.

Os cientistas atribuem parte dessa redução à diminuição do desmatamento e dos incêndios florestais na América do Sul, resultado do fim das condições extremamente secas causadas pelo fenômeno El Niño 2023-2024. (Com informações da AFP)

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