Sociedade caminha para a economia de baixo carbono, diz CEO da AES
Em artigo, Clarissa Sadock, que é porta-voz do Pacto Global, comenta as transformações sociais que afetam o setor elétrico
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2021 às 11h48.
Por Clarissa Sadock*
No mês em que todas as atenções se voltam às questões ambientais , gostaria de propor uma reflexão sobre o tema. Nossa sociedade está passando por uma transformação rumo a uma economia de baixo carbono, na qual o impacto dos negócios sobre todos os stakeholders passa a ser reconhecido como elemento central nas estratégias de geração de valor sustentável. O setor elétrico é um dos mais impactados nesta transição, na medida em que afeta a cadeia produtiva de toda a economia.
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Impulsionados pelo Acordo de Paris , e por sociedades cada vez mais conscientes, governos e empresas têm definido metas de reduções de suas emissões e, para chegar lá, têm trabalhado para substituir as fontes de energia baseadas em combustível fóssil pelas renováveis.
Nunca se falou tanto em sustentabilidade e na importância das questões relacionadas ao meio ambiente, sociais ou de governança corporativa, como nos últimos tempos. Hoje, não existe uma reunião com públicos de relacionamento em que não se aborde uma agenda sustentável.
Estamos percebendo uma mudança muito acelerada no comportamento do consumidor. Os Millennials, que hoje têm entre 25 e 40 anos, com grande poder de decisão, tendem a consumir produtos e serviços de marcas que tenham compromissos assumidos com questões ambientais e sociais. Na era digital, em que a transparência é essencial, bons produtos e serviços, apenas, já não satisfazem mais. Além de inovação, para atrair e fidelizar este novo perfil de cliente, é necessário que a reputação das companhias reflita seus valores.
Dados mostram que, em 2019, quase um terço da população mundial pertencia à Geração Z (nascida entre 1997 e 2012), um público que tem se mostrado mais questionador e muito preocupado com as questões relacionadas às mudanças climáticas e justiça social, por exemplo. A tendência é que os clientes de amanhã responsabilizem e, principalmente, cobrem as empresas cada vez mais, pelos impactos que causam ao meio ambiente e, consequentemente, à sociedade.
Como empresa responsável, comprometida com a sustentabilidade dos negócios, estamos fazendo a nossa parte. Reduzimos nossas emissões de gases de efeito estufa em 47% entre 2016 e 2020 (de 1.062 tCO2 em 2016 para 561 tCO2 em 2020) e neutralizamos nossas emissões do ano passado. Agora, nosso próximo passo será positivá-las até 2025.
Nossa estratégia de negócios focada, exclusivamente, em fontes renováveis, hídrica, eólica e solar, caminhando cada vez mais para o equilíbrio e complementariedade entre elas, tem um impacto positivo para a descarbonização da matriz energética brasileira e, consequentemente, para os desafios quanto às metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês) apresentada pelo Brasil à United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), ou em português, Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas. Constantemente, repensamos e criamos soluções relacionadas aos critérios ESG.
Estou convicta de que atuar de maneira sustentável traz às empresas um ciclo virtuoso de mitigação e gerenciamento de riscos, redução de impactos negativos, aumento do legado positivo e uso da inovação em prol de atividades sustentáveis, gerando mais valor aos negócios. Com isso, todos ganham: a sociedade, o meio ambiente e as empresas, com maior impacto positivo e longevidade, principalmente em um cenário em que tais práticas são acompanhadas, cada vez mais de perto, também pelos investidores.
*Clarissa Sadock é CEO da AES Brasil e porta-voz do ODS 7 (Energia Acessível e Limpa) da Rede Brasil do Pacto Global da ONU.
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