ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Dia da Amazônia: entenda como o desmatamento tem afetado a região nos últimos anos

Considerando o índice Deter, o desmatamento identificado em 2023 (de janeiro a junho) é de 3.149 km2

Desmatamento na Amazônia: PPCDAm e Fundo Amazônia são programas importantes para a conservação (Leandro Fonseca/Exame)

Desmatamento na Amazônia: PPCDAm e Fundo Amazônia são programas importantes para a conservação (Leandro Fonseca/Exame)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 07h54.

Última atualização em 21 de dezembro de 2023 às 10h57.

No dia 5 de setembro, é comemorado o Dia da Amazônia. A data é importante para sensibilizar os brasileiros sobre a necessidade de preservação do ecossistema da floresta e compartilhar os desafios vividos na região, especialmente a questão do desmatamento. A partir do trabalho da cientista climática Talita Assis, da attestESG empresa de soluções em finanças sustentáveis da EXAME , a EXAME ESG levantou os principais dados sobre o local.   

A Amazônia Legal Brasileira, área amplamente conhecida pela cobertura da Floresta Amazônica, corresponde a cerca de 60% do território nacional, estando presente em nove estados brasileiros. Além da importância em extensão territorial, a Amazônia é relevante pela sua riqueza em recursos naturais e biodiversidade, pelo seu papel na regulação do clima – não só local, mas global. A Amazônia também é o lar de centenas de povos tradicionais, sejam eles indígenas, quilombolas ou ribeirinhos. Mas, com a questão do desmatamento, todos esses fatores listados acima correm grandes riscos. 

A Amazônia é uma região amplamente impactada pela visão histórica de que desenvolvimento econômico só poderia ser atingido através do desmatamento. Porém, com o passar do tempo, pesquisas embasadas na ciência destacam a importância de manter a floresta em pé, principalmente para o equilíbrio da regulação climática. A partir da necessidade de conhecer a extensão da floresta e da área desmatada foi criado o sistema de monitoramento oficial (Prodes) por satélite do desmatamento da Amazônia Legal, que considera os índices de desmatamento desde 1988.

A partir da necessidade de conhecer a extensão da floresta e da área desmatada foi criado o sistema de monitoramento oficial (Prodes) por satélite do desmatamento da Amazônia Legal, que considera os índices de desmatamento desde 1988. Com isso, tornou-se mais palpável o levantamento de dados sobre a região. Com o monitoramento do desmatamento feito pelo Prodes é possível acompanhar anualmente a área desmatada na Amazônia Brasileira, analisar tendências e elaborar políticas públicas para a conservação da floresta.

O histórico do desmatamento na Amazônia

Levando em consideração os dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), entre 1998 e 2021, mais de 470 mil quilômetros quadrados foram desmatados – quase duas vezes a extensão do estado de São Paulo.  

Mas, o aumento no desmatamento até o ano de 2004 fez com que a sociedade se mobilizasse para a conservação. Esses movimentos impulsionaram a criação de políticas públicas de restrição para conter a devastação da floresta. Neste contexto, o lançamento do PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia) aconteceu neste mesmo ano e foi um verdadeiro marco para a região. Em julho deste ano, foi lançado o novo PPCDAm pelo governo do presidente Lula.

O Plano é dividido em quatro eixos: atividades produtivas sustentáveis, monitoramento e controle ambiental, ordenamento fundiário e territorial e instrumentos normativos e econômicos. Além dele, o Fundo Amazônia, proposto pelo governo brasileiro em 2006 durante a COP12, busca contribuições dos países para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da degradação e desmatamento da floresta.Dentre os doadores, estão empresas, ONGs e governos. Os maiores investidores são: governo da Noruega, Alemanha e a Petrobras.

O desmatamento da Amazônia em 2023

Considerando os números apresentados pelo Deter, o acumulado – de janeiro a junho – identificado em 2023 é de 3.149 km2, enquanto a média para o período é de 3869 km2. Em relação aos últimos quatro anos, o valor acumulado apresentou uma queda significativa, pois entre 2019 e 2022, o acumulado de janeiro a julho ficou sempre acima de 4500km2.

“Após uma alta nos primeiros meses do ano, observa-se queda do desmatamento desde abril, quando comparado ao ano anterior.  Essa queda é importante por ser consistente durante todo o período mais seco, quando costuma-se observar maior intensidade de desmatamento na região Amazônica”, afirmou Talita Assis, especialista sobre Amazônia na Amazônia em EXAME e head da certificadora attestESG.

Segundo Assis, é importante observar a queda nos meses de junho e julho, quando a área mensal identificada ficou abaixo da média para os meses. Em junho foi lançado o novo PPCDAm, então os números são indicativos importantes de tendência de queda. Também foi retomado o Fundo Amazônia. “Além disso, cada vez mais os estados vêm se tornando atores importantes no combate ao desmatamento. Mas, como sempre, vamos continuar observando com cautela”, disse Assis.

Acompanhe tudo sobre:DesmatamentoAmazôniaBrasil

Mais de ESG

O chamado de Gaia: o impacto da crise climática sobre as mulheres

O que é o mercado de carbono e por que ele pode alavancar a luta contra a crise climática

Rascunho atrasado e sem números: cresce temor sobre "COP do retrocesso"

COP29: países ricos se comprometem a parar de abrir centrais a carvão