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‘Devemos garantir que a COP produza o balanço global mais ambicioso’, diz o presidente da COP

Na abertura da COP, o presidente da conferência, Sultan Ahmed Al Jaber, discursou sobre financiamento climático, busca de consenso e a importância do setor petroleiro na agenda climática

Dr. Sultan Al Jaber: "Esta Presidência está empenhada em desbloquear o financiamento para garantir que o Sul global não tenha de escolher entre o desenvolvimento e a ação climática", disse o presidente da COP. (AFP/AFP Photo)

Dr. Sultan Al Jaber: "Esta Presidência está empenhada em desbloquear o financiamento para garantir que o Sul global não tenha de escolher entre o desenvolvimento e a ação climática", disse o presidente da COP. (AFP/AFP Photo)

Fernanda Bastos
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 30 de novembro de 2023 às 12h53.

Última atualização em 30 de novembro de 2023 às 15h03.

Nesta quinta-feira, 30, o presidente da COP28, Sultan Ahmed Al Jaber, fez seu primeiro discurso sobre as negociações dos países-membros que acontecerão nas próximas duas semanas, em Dubai. “Devemos garantir que esta COP produza o balanço global (também conhecido como Global Stocktake) mais ambicioso possível. Então, vamos trabalhar com eficiência, chegar a um acordo sobre a agenda e passar os detalhes para o papel”, afirmou.

O Global Stocktake é uma das grandes promessas para a COP28. A conferência servirá como ambiente para que seja analisado como os países estão posicionados em relação à meta de limitar o aquecimento global em 1,5ºC. 

Al Jaber falou ainda sobre a necessidade de produção de um acordo histórico para operacionalização do fundo para apoiar países em desenvolvimento para lidar com adaptação climática, conhecido também como fundo de “perdas e danos”. Com isso, foi anunciado o compromisso de milhões de dólares direcionados ao fundo para fornecer assistência financeira.

Apesar de até o momento existirem algumas inconsistências sobre o montante, de acordo com comunicado oficial da conferência, assumiram o compromisso financeiro países como a Alemanha (oferecendo US$ 100 milhões ao fundo), EUA (com US$ 17,5 milhões), Japão (com US$ 10 milhões) e Reino Unido (com 60 milhões de libras). No caso dos britânicos, do total a ser desembolsado, 20 milhões de libras terão como destino outros acordos. Até agora, as doações chegam a, aproximadamente, US$ 300 milhões, ou R$ 1,466 bilhão

“Podemos ser uma nação jovem, mas temos grandes ambições e nós nos apegamos a princípios como a colaboração, optimismo, parceria, determinação e o compromisso. Estes são os ingredientes que constituem o DNA dos Emirados Árabes Unidos. E são estes valores fundamentais de confiança, propósito, parceria e pragmatismo que acredito que devem definir a COP28”, disse Al Jaber. 

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Financiamento e adaptação climática

Também foi endereçada a questão de financiamento climático. “Esta presidência está empenhada em desbloquear o financiamento para garantir que o Sul global não tenha de escolher entre o desenvolvimento e a ação climática. Que este seja o ano em que o financiamento climático atenda à magnitude do momento. Que esta seja a COP em que cumpriremos as nossas promessas, desde os U$ 100 bilhões até as perdas e danos", disse a liderança.

Al Jaber ressaltou em seu discurso o papel que os recursos terão na contenção de danos. "No que diz respeito a perdas e danos, sei quão importante esta questão é para as partes, especialmente as mais vulneráveis. O que começou em Sharm el Sheikh, e que ganhou um impulso crítico em Abu Dhabi no início deste mês, deve agora ser concretizado e posto em prática no Dubai”, frisou.

Para o presidente da COP28, a adaptação deve estar no centro das ações. “Vamos finalmente enfrentar as questões que são críticas para a adaptação, como a água, a alimentação, a agricultura e a saúde. E é por isso que estou orgulhoso de a COP28 ser a primeira a acolher uma reunião ministerial sobre a saúde climática”, afirmou.

A questão dos combustíveis fósseis 

Para Al Jaber, é essencial que nenhum grupo fique de fora da mesa e, para isso, é necessário considerar o papel dos combustíveis fósseis na discussão. “Sei que existem opiniões fortes sobre a ideia de incluir os combustíveis fósseis e energias renováveis no texto negociado. Temos o poder de fazer algo sem precedentes. Peço que vocês trabalhem juntos. Sejam flexíveis, encontrem pontos em comum, apresentem soluções e alcancem consenso. E nunca percam de vista o objetivo de 1,5ºC, porque é nisso que vou me concentrar”, garantiu.

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