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Alumínio: setor é um dos exemplos de potencial de mitigação dos GEE (Getty Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 09h34.
Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 11h09.
Seriam necessários R$ 40 bilhões até 2050 para a descarbonização da indústria brasileira, aponta o estudo produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira, 4, em Dubai, durante a COP28.
Segundo a pesquisa “Oportunidades e riscos da descarbonização da indústria brasileira”, existe a possibilidade de o Brasil atingir a neutralidade climática até 2050 por meio da adoção do mercado de carbono.
No entanto, aponta a CNI, a transição da indústria nacional para uma economia de baixo carbono traz desafios. Entre eles, aponta a confederação, o alto custo de capital no Brasil que, combinado com ao Custo-Brasil, encarece os investimentos em novas tecnologias e processos de produção mais limpos.
A CNI explica chegou ao valor de R$ 40 bilhões tendo como ponto de partida a revisão de estudos produzidos nos últimos anos no país e a partir de consultas a especialistas dos segmentos industriais. No entanto, alguns setores não levaram em consideração no cálculo os valores de investimentos indiretos para aumentar a oferta de energia renovável e alternativas, como portos, estradas e telecomunicações. Com isso, o valor a que chegou agora tende a ser bem superior.
“Com as condições adequadas, a indústria brasileira pode se tornar um ator significativo na economia global de baixo carbono. Para tanto, são necessárias condições econômicas e políticas claras e estáveis para que possamos atrair investimentos e impulsionar inovação em tecnologias”, disse por meio de nota o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Ainda de acordo com a entidade, a maior parte dos setores estudados tem potencial de mitigação das suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) nos médio e longo prazos. Entre os destaques estão os segmentos de cimento, siderurgia, alumínio e florestas plantadas.
No caso do cimento e da siderurgia, principais consumidores de energia, aponta a CNI, seus processos produtivos, podem reduzir, até 2050, 499 milhões de toneladas de CO2.
A CNI traçou três cenário para entender se o Brasil atingirá as metas acordadas pelo governo federal, anunciada em setembro, em que se compromete a reduzir as emissões de GEE em 48% até 2025 e em 53% até 2030, como previsto na época do Acordo de Paris.
A simulação da CNI também procurou entender se a precificação do carbono poderá ter algum impacto nesses compromissos. Veja abaixo:
Os resultados, de acordo com a CNI, foram os seguintes:
Como conclui o estudo, por meio do mercado de carbono é possível chegar à neutralidade climática em 2050 e ainda aumentar o nível de atividade econômica do país, reduzindo a taxa de desemprego.
“Uma política de precificação de carbono adequada ao país, que use as receitas para reduzir distorções da economia brasileira e incentive a criação de empregos parece estar entre as melhores alternativas para o Brasil cumprir o Acordo de Paris, sem prejuízo ao crescimento econômico e social”, explica por meio de nota o diretor de Relações Institucionais, Roberto Muniz.