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Redação Exame
Publicado em 1 de junho de 2023 às 17h00.
Última atualização em 1 de junho de 2023 às 17h29.
André Barros
Os cisnes verdes estão bem na frente de nossos olhos e existe uma receita, pronta, para evitá-los. Cabe à população, ao setor financeiro, aos governos e ao setor privado fazer sua parte e evitar que eles entrem em ação e transformem de forma definitiva a vida do nosso planeta.
No talk de abertura da terceira edição do Mês do ESG, o maior evento de ESG do Brasil, promovido por EXAME, Luiz Awazu Pereira, vice-diretor do Banco de Compensações Internacionais (BIS), fala sobre a teoria do cisne verde, criada por ele e um grupo de pesquisadores.
O termo nada mais é do que um contraponto ao cisne negro, que em 2008 resumiu a junção de fatos catastróficos raros que, em conjunção, abalaram o sistema econômico mundial. “As mudanças climáticas não são assim. A ciência é clara e, se nada for feito, vai acontecer. É uma mudança epistemológica na análise e na modelagem do risco”, disse Pereira.
Em sua apresentação, Pereira, que foi diretor do Banco Central do Brasil e secretário no Ministério da Fazenda, demonstrou que ainda há um “estoque” de 300 gigatoneladas de CO2 para não ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5 °C do planeta até 2030, delimitado no Acordo de Paris. “Estamos consumindo de 30 a 40 gigatoneladas por ano deste estoque”.
Ou seja, há em torno de dez anos para reverter essa curva e reduzir as emissões. Mas, segundo o vice-diretor do BIS, os investimentos em energia renovável, mobilidade elétrica e outras formas limpas de CO2, que estão em torno de US$ 1 trilhão/ano, precisam pelo menos quadruplicar de valor.
A boa notícia é que os fundos gestores de ativos estão empenhados em alocar seus recursos em investimentos do tipo. Eles compreenderam a necessidade de recalcular a rota da economia global para modelos mais sustentáveis, até porque o aquecimento global já vem, nos últimos anos, causando prejuízos por causa dos eventos climáticos gerados pelas temperaturas mais elevadas.
De toda forma, Pereira alerta para a urgência de acelerar estes investimentos e a transformação da economia mundial para um modelo mais sustentável. “Se nada for feito teremos situações catastróficas. A solução está tanto na tecnologia como na mudança de comportamento, que deverá envolver todo mundo, governos, bancos centrais, agências de rating, companhias e a sociedade”, afirma.
O Mês do ESG também contará com outros nomes de peso, como Lori Castillo Martinez, vice-presidente executiva e Chief Equality Officer da Salesforce; Raj Sisodia, membro fundador do movimento do Capitalismo Consciente; Celso Athayde, CEO da Favela Holding, Sonia Consiglio; especialista em sustentabilidade e SDG Pioneer pelo Pacto Global das Nações Unidas; Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil; entre outros.
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