América Latina busca vender mais títulos verdes após COP26
Ministérios da Fazenda na América Latina têm pressa em acessar o crescente mercado de títulos verdes na esteira da COP26, de acordo com o Banco Mundial
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2021 às 14h43.
Ministérios da Fazenda na América Latina têm pressa em acessar o crescente mercado de títulos verdes na esteira da COP26, de acordo com o Banco Mundial.
Os acordos alcançados no evento em Glasgow neste mês - onde países concordaram em combater a mudança climática com a interrupção do desmatamento e redução do uso do carvão - aceleraram a demanda por títulos de dívida cujos recursos são destinados a projetos ambientais, disse Rodrigo Cabral, especialista financeiro sênior da tesouraria do Banco Mundial. A instituição trabalha com os governos para estruturar os títulos.
“A demanda que recebemos para conversas com soberanos está crescendo exponencialmente”, disse Cabral.
Mesmo antes da cúpula, a expansão do mercado já era rápida. Governos do mundo todo venderam US$ 92,3 bilhões em títulos verdes no acumulado do ano, já acima do total de US$ 37,5 bilhões registrado em 2020, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
O Chile tem vendido dívida verde no mercado internacional desde 2019, enquanto a Colômbia recentemente se tornou o primeiro país da América Latina a emitir tais títulos no mercado doméstico. México, Peru, Equador e Guatemala também venderam títulos que financiam projetos ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, mas outras nações da região ainda não seguiram o exemplo.
Para ajudar a desenvolver os mercados de capitais domésticos, desde 2008 o Banco Mundial tem emitido títulos verdes denominados em moedas de mercados emergentes. A emissão mais recente ocorreu em outubro, no equivalente a mais de US$ 70 milhões em pesos mexicanos, e quase US$ 40 milhões em pesos colombianos.
A maioria dos países latino-americanos com planos de vender dívida ESG provavelmente vai buscar entrar primeiro no mercado internacional, disse Cabral. Ele espera “muitos novatos” no mercado nos próximos dois anos.
Com a alta demanda de investidores por dívida ou ações que se classificam como socialmente responsáveis, alguns investidores estão em alerta para o chamado “greenwashing”, na qual emissores exageram suas credenciais ambientais para aproveitar os custos mais baixos de financiamento.
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