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(Victor Moriyama/Bloomberg)
Rodrigo Caetano
Publicado em 2 de maio de 2022 às 10h39.
Última atualização em 1 de julho de 2022 às 19h23.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentávl (ODS), conjunto de metas socioambientais criado pela ONU, devem fazer parte das estratégias das empresas. O pedido foi feito pelo presidente da B3, empresa que opera a bolsa de valores brasileira. “Incluam os ODS em seus negócios”, disse Gilson Finkelsztain, a um grupo de CEOs e CFOs que participaram do Ring The Bell da Ambição 2030, nova agenda empresarial da Rede Brasil do Pacto Global, braço das Nações Unidas que reúne o setor corporativo.
Finkelsztain afirmou que a atuação da B3 atinge 10 ODS (são 17 no total). O executivo destacou a questão da diversidade (ODS 5), um dos focos da bolsa para este ano. “Queremos inspirar as empresas a promoverem a diversidade”, disse. “Um ambiente diverso é bom para os negócios e uma condição para a retenção de talentos das gerações mais recentes”.
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Para Carlo Pereira, CEO da , a união das empresas é fundamental para que a humanidade alcance as metas dos ODS. “A estratégia é o trabalho em equipe”, afirmou Pereira, que também destacou a evolução do Pacto Global no País, atualmente a segunda maior rede do mundo e a que mais cresce.
O número de empresas que aderiu à Ambição 2030, lançada há uma semana, já chegou a 150. É um volume animador para um lançamento, porém, ainda baixo. “Pelo tamanho da Ambição, precisaremos de milhares de empresas”, destacou o CEO do Pacto. “Peço a todos e todas que façam a adesão, mas tragam outras empresas também”.
A Ambição 2030 é composta por sete movimentos e busca acelerar as metas propostas pela Agenda 2030 da ONU, que reúne ODS. Um evento no recém-inaugurado hotel Rosewood, em São Paulo, oficializou o lançamento, acompanhado por cerca 250 CEOs e lideranças empresariais, há uma semana.
“Não vamos construir um futuro em Marte”, disse Pereira, que destacou a importância do setor privado na transição para uma nova economia, baseada na geração de valor para todos e na descarbonização. “Somos 60% do PIB, 80% do fluxo de capitais e 90% dos empregos. Escolhemos fazer essa transição porque é o correto”, disse o executivo.
Os sete movimentos são: Mente em Foco, Elas Lideram 2030, +Água, Salário Digno, Raça é Prioridade, Ambição Net Zero e Transparência 100% (veja o detalhamento ao final do texto). Eles tratam de questões relacionadas à saúde, direitos humanos, clima, acesso à água e anticorrupção. Até a data do lançamento, 150 empresas haviam aderido aos compromissos públicos propostos pelo Pacto.
Cada movimento representa um chamado às empresas para reconhecerem a urgência de se tomar medidas concretas. “Perceber que cada um tem seu papel e sua responsabilidade nessa transformação é fundamental. A mudança das estratégias empresariais é crucial e nós, como líderes empresariais, somos parte do problema, mas, juntos, somos também a solução”, disse Pereira.
Em vídeo apresentado no evento, o economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, disse que o Brasil tem duas missões no momento: salvar a Amazônia e transformar a matriz energética. “O Brasil pode liderar essa agenda, então, por favor, encontrem o caminho para a sustentabilidade e ajudem a paz”, disse Sachs, ressaltando que a guerra na Ucrânia precisa acabar por meio da diplomacia, uma das tradições do corpo de relações exteriores brasileiro.
Até 2025, os ativos ESG chegarão a 53 trilhões de dólares no mundo, destacou John Denton, secretário geral da Câmara Internacional do Comércio (ICC). “Os negócios podem ser uma força para o bem e tornar o mundo mais verde, seguro e próspero”, disse. Para Rodolfo Sirol, presidente do conselho da Rede Brasil do Pacto, há uma revolução na maneira de fazer negócios em curso. “A tomada de decisões, que antes era linear, hoje é multifacetada. E o mercado financeiro já dita as regras”, afirmou Sirol.
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