Ambev vai construir 48 usinas solares para abastecer centros logísticos
Iniciativa faz parte do compromisso da empresa de ter 100% da energia consumida de fontes renováveis e de reduzir em 25% as emissões de carbono até 2025
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de novembro de 2020 às 14h42.
Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 14h53.
Num momento de intensa discussão sobre a chamada "retomada verde", a fabricante de bebidas Ambev anunciou a construção de 48 usinas solares para abastecer 94 centros de distribuição espalhados pelo Brasil. A iniciativa faz parte do compromisso da empresa de ter 100% da energia consumida de fontes renováveis e de reduzir em 25% as emissões de carbono até 2025. No total, serão instalados 51.000 painéis solares com capacidade para gerar 19 megawatts (MW), o suficiente para abastecer 15.000 residências.
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Os parques solares serão construídos em 21 estados e no Distrito Federal e promoverão uma redução de 4.600 toneladas de CO2por ano na empresa. Para se ter ideia, isso representa o mesmo que tirar de circulação 2.300 carros das ruas. O projeto será feito em parceria com as empresas Solution, GD Solar e Gera Energia. Elas vão ser responsáveis por todo o empreendimento e pela entrega da energia à Ambev, num contrato de dez anos. Após esse prazo, a fabricante de bebidas terá a opção de compra das unidades.
A primeira usina solar desse projeto foi inaugurada em Anápolis, Goiás, no mês passado. A planta, construída no formato da marca da Budweiser, vai abastecer quatro centros de distribuição da empresa no local. Até dezembro, serão inauguradas outras 20 unidades e as demais até o fim do primeiro trimestre do ano que vem, diz o diretor de sustentabilidade e suprimento da Ambev, Leonardo Coelho.
Ele explica que a ideia do projeto solar surgiu com as iniciativas para abastecer as cervejarias do grupo. No ano passado, a Budweiser, da Ambev, anunciou a construção de um parque eólico na Bahia, com capacidade de 80 MW.
O empreendimento, que será construído em parceria com a gestora de investimento Casaforte, deve ficar pronto no início de 2022 e vai abastecer 100% do consumo das cinco cervejarias que produzem Budweiser no país.
A iniciativa representará uma redução de 20.000 toneladas de dióxido de carbono por ano — ou 35.000 carros retirados de circulação das ruas. "Essas medidas vão ajudar a empresa a atingir suas metas de sustentabilidade previstas para 2025", diz Coelho.
Além da parte elétrica, a empresa também tem projetos de gestão de água, agricultura sustentável e embalagens retornáveis ou recicláveis. Segundo a empresa, nos últimos cinco anos, foi investido mais de 1 bilhão de reais em projetos voltados para sustentabilidade na operação no país.
Por questões estratégicas, a empresa não informa qual o percentual de energia será próprio e quanto será comprado no mercado livre. "Não temos a ambição de ser uma empresa de energia. Nossa principal preocupação é com o meio ambiente e, por isso, temos o compromisso de usar só energia renovável, seja ela própria ou comprada do mercado livre", diz a empresa.
Atração
A energia solar — além da eólica — tem sido uma importante opção para as empresas alcançarem suas metas de redução de CO2. Desde 2012, a geração distribuída — que inclui investimento de consumidores residenciais — soma 3,8 gigawatts de potência instalada e mais de 19 bilhões de reais em novos investimentos ao país.
"As questões climáticas e o aumento de gastos com eletricidade têm impulsionado investimento das empresas. E isso vai continuar crescendo daqui para a frente", diz a vice-presidente de geração distribuída da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Barbara Rubin.
Segundo ela, movimentos como o da Ambev ampliam a confiança no setor e trazem novos clientes e investimentos.