ESG

Apoio:

Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
ONU_500X313 CBA
ONU_500X313 Afya
ONU_500X313 Pepsico
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Águas subterrâneas ganham relevância com avanço das mudanças climáticas

Evento do setor vai reunir especialistas, nacionais e internacionais, que discutirão o papel da água subterrânea como alternativa diante extremos como secas e excesso de chuvas

Alternativa: 49% das cidades brasileiras são vulneráveis às estiagens, que podem ter problema amenizado com poços artesianos (Getty Images)

Alternativa: 49% das cidades brasileiras são vulneráveis às estiagens, que podem ter problema amenizado com poços artesianos (Getty Images)

Paula Pacheco
Paula Pacheco

Jornalista

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 07h30.

É com as águas subterrâneas que fábricas, escolas e shoppings, por exemplo. Em uma situação emergencial, como as enchentes que tomaram o Rio Grande do Sul, em maio passado, e que comprometeram os sistemas de fornecimento das cidades, essa fonte de abastecimento pode garantir que desde o tratamento de um paciente sob internação hospitalar até a irrigação de uma propriedade rural.

Como cita José Paulo Netto, presidente da Associação Brasileira das Águas Subterrâneas (Abas), a atividade é responsável por mais de 624 m³/s de água potável, extraída de 2,8 milhões de poços tubulares. Ela é destinada a suprir as necessidades de cadeias econômicas e setores de atividade que vão da saúde à hotelaria; do varejo à indústria química, passando pela agricultura e setor têxtil.

Em São Paulo, por exemplo, 15% da água da região metropolitana provém de água subterrânea e chega-se a 90% no caso de unidades consumidoras como shoppings e hospitais. Ricardo Hirata, vice-presidente da Abas, completa: "A água subterrânea é o sistema mais resiliente".

Entre os dias 12 e 15 deste mês, a Abas vai promover o XXIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, o maior evento do setor na América Latina, que reunirá o XXIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços, e a Fenagua 2024, com a participação de pesquisadores, profissionais e empresas de recursos hídricos e ambientais.

“O setor precisa mostrar para a sociedade o potencial das águas subterrâneas como recurso estratégico, como preconizado pela Política Nacional de Água e Saneamento”, diz o presidente da Abas ao se referir ao recurso mais explorado no subsolo do Brasil.

Nesse contexto, o representante do setor ressalta ainda o efeito dos extremos climáticos, como os longos períodos de estiagem e os grandes volumes de chuvas como fatores que influenciam ainda mais nas discussões sobre o futuro dessa fonte de fornecimento. Segundo a associação, 49% das cidades brasileiras são vulneráveis às estiagens.

As águas subterrâneas, responsáveis por manter a perenidade de 90% dos rios, manguezais e pântanos, também são fonte de abastecimento, total ou parcial, de cerca de 52% dos municípios brasileiros.

Time de especialistas

Na terça-feira, dia 13, na abertura oficial do evento, no dia 13, no Espaço ARCA, estão confirmados especialistas como Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP e primeiro brasileiro membro da Royal Society; Cesar Louvison, coordenador de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo; Ricardo Burg, do Projeto Aquífero Guaraní PPM – PAE/SAG; Jorge Rucks, do Banco de Desarrollo del Uruguay; Suzana Maria Gico Lima Montenegro, da APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima; Maria Antonieta Mourão, do SGB – Serviço Geológico do Brasil; Giovanna Setti, da AESAS; Reginaldo Bertolo, da USP/CEPAS e Nazareno Marques de Araújo, da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico.

Outro destaque, no dia 14, é a participação de Ramon Aravena, professor emérito da Universidade de Waterloo (Canadá) e ganhador da Medalha Vernadsky da Associação Internacional de Geoquímica (IAGC), que vai falar sobre os isótopos na fronteira do conhecimento geoquímico e hidrogeológico.

No último dia do evento, Bridget Scanlon, professora pesquisadora do Bureau of Economic Geology, Jackson School of Geosciences, da Universidade do Texas, trata do tema da avaliação e sustentabilidade dos recursos hídricos globais no contexto de extremos climáticos. Também farão parte dos debates a segurança hídrica e alimentar, as cidades do futuro, os microplásticos e bactérias resistentes.

Acompanhe tudo sobre:infra-cidadãÁguaSaneamento

Mais de ESG

Na COP29, empresas e organizações brasileiras focam debate em transformações

Sob pressão de países ricos e atenção dividida com G20, começa semana crucial da COP29

Capital da Índia atinge nível de poluição 60 vezes maior ao aceitável pelas normas internacionais

Lula pede apoio para ações climáticas nas cidades do mundo