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10 princípios para explorar a Amazônia sem desmatar

Guia elaborado por entidades empresariais apresenta uma série de princípios para que as empresas atuem na região sem destruir a floresta

Com base nos 10 princípios lançados pelos grupos empresariais, é possível explorar economicamente a biodiversidade da Amazônia (Paulo Amorim/Getty Images)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 15h56.

Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 17h39.

Um grupo de entidades empresariais está lançando um guia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O documento apresenta 10 princípios que, uma vez adotados pelas companhias, permitem o desenvolvimento de negócios na região amazônica sem agredir a floresta.

A iniciativa reúne 5 entidades representativas: Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Instituto Arapyaú, Instituto Ethos, Rede Brasil do Pacto Global da ONU e Sistema B.

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Para elaborar a proposta, foram mapeados os principais desafios enfrentados pela empresas em suas operações na região. Também são apresentados, no docmento, casos empresariais com boas práticas, identificados por meio de uma chamada pública.

“Com base nos 10 Princípios é possível aproveitar o potencial dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade do Brasil para desenvolver a economia e a infraestrutura da região”, afirma Marina Grossi, presidente do CEBDS.

O documento ainda sugere indicadores para que as empresas possam fazer uma autoanálise e monitorar o progresso das ações relacionadas aos princípios propostos. “Está muito claro para o setor empresarial que preservar e produzir não são verbos antagônicos”, afirma Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global. “A degradação da Amazônia não beneficia o país, o planeta, os negócios e muito menos as pessoas que vivem no local.”

O guia completo pode ser baixado no site da iniciativa.

Os 10 princípios para o desenvolvimento responsável da Amazônia

  1. Eliminar o desmatamento ilegal na sua cadeia produtiva e trabalhar para reduzir o desmatamento legal, promovendo modelos de negócio que valorizem a floresta em pé.
  2. Adotar políticas corporativas e plano de gestão empresarial que promovam mitigação e adaptação às mudanças climáticas em suas operações diretas e na sua cadeia.
  3. Adotar políticas corporativas e plano de gestão empresarial que promovam uso sustentável dos recursos da natureza e preservação da biodiversidade.
  4. Respeitar os direitos humanos em suas atividades, cadeia produtiva e comunidades, dedicando especial atenção aos grupos vulneráveis. Quando necessário, oferecer mecanismos eficazes de remediação.
  5. Assegurar os direitos trabalhistas em todas as etapas da sua cadeia.
  6. Garantir o comércio justo de produtos e serviços em todas as transações de mercado.
  7. Fortalecer comunidades e fornecedores locais por meio da capacitação e da geração de emprego e renda, promovendo impacto social e econômico positivo na região.
  8. Investir em pesquisa e desenvolvimento para uso sustentável dos recursos naturais, fomentar a bioeconomia de floresta em pé e soluções baseadas na natureza, reconhecendo e valorizando o conhecimento de comunidades tradicionais e indígenas.
  9. Estabelecer diálogo multissetorial para compreender demandas regionais e fortalecer o desenvolvimento sustentável territorial.
  10. Garantir a rastreabilidade da cadeia produtiva e assegurar a transparência dos impactos da sua atuação para a sociedade.
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