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Raquel Lyra quer alianças com a iniciativa privada para alavancar investimentos

A governadora de Pernambuco assumiu o estado sem recursos para investir, mas fez uma reforma administrativa e pretende mudar a realidade com parcerias

Raquel Lyra: governadora quer que o estado de Pernambuco volte a ser protagonista no Nordeste e em todo o Brasil (Esfera Brasil/Divulgação)
Esfera Brasil

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Publicado em 3 de maio de 2023 às 15h41.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 16h52.

Apesar dos indicadores sociais e econômicos negativos no estado, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou que a prioridade é superar as dificuldades e fazer com que o estado volte a ser o protagonista no Nordeste. Para isso, ela espera contar também com investimentos da iniciativa privada.

“Meu negócio é virar esse jogo. Pernambuco já foi referência no Nordeste, como líder, e no País, como estado protagonista em diversas ações. Viramos campeões em violência, em feminicídio. Mas cheguei com expectativas nas alturas”, disse durante jantar com empresários promovido pela Esfera Brasil, em São Paulo, nesta terça-feira, 2.

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Segundo a governadora, o estado tem 10 milhões de habitantes, sendo que 2 milhões não têm acesso à água e vivem em extrema vulnerabilidade. Pernambuco é também campeão em desigualdade, com a região metropolitana mais miserável de todo o Brasil.

Raquel reconhece todos os gargalos e aponta a falta de gestão, desperdício e desvio de recursos públicos como problemas a serem enfrentados. Já nos primeiros dias de mandato, fez a reforma administrativa: “Uma reorganização do governo para fazer as entregas que precisamos fazer”.

Ela disse que quer fazer mais com menos. Para isso, trabalha em um pacote de justiça fiscal. “Para fazer, do nosso estado, um estado mais amigável para quem quer empreender”, explicou. A ideia é mudar o viés punitivo e de fiscalização e abrir Pernambuco para atrair novos negócios e investimentos.

Para que o estado volte a crescer, as parcerias são bem-vindas. “Aliança com a iniciativa privada é de extrema importância para poder alavancar investimentos, porque, hoje, o estado, com recurso próprio, tem zero capacidade de investimento. Estamos negativos no balanço e fizemos empréstimo”, contou.

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Investimentos

Uma das oportunidades de Pernambuco está na tecnologia e inovação. A governadora afirmou que o estado foi renegado por muitos anos, sem investimentos do governo federal, mas que agora a realidade tende a mudar sob a gestão de Lula (PT).

“Somos uma terra de oportunidades. Se por um lado o Nordeste foi visto como um estorvo para o Brasil, temos a plena convicção de que podemos ser parte da solução do País nas áreas de turismo, tecnologia e energias renováveis. Temos diferenciais que nos aproximam de outros mercados e permitem que a gente ainda possa crescer muito”, ressaltou.

Segundo Raquel, as parcerias público-privadas (PPPs) e as concessões podem ser uma saída para problemas atuais, como o saneamento básico. Há possibilidade de investimentos da iniciativa privada em áreas de infraestrutura, como a construção do Arco Metropolitano, que pretende ligar toda a região metropolitana, garantir o escoamento da produção para o Porto de Suape e melhorar a mobilidade da população.

Ela ainda defendeu a união entre os estados em prol do desenvolvimento econômico. “Em São Paulo estão os negócios, o dinheiro, e precisamos estar juntos. Precisamos de parceria com o empresariado, a sociedade civil organizada e os governos, sobretudo o federal”, afirmou.

Porto de Suape

O Porto de Suape já é o polo logístico do Nordeste, mas ainda pode crescer mais e ser referência para o País, de acordo com a governadora. “Queremos ser ao menos o segundo melhor porto do Brasil, atrás só de Santos. O problema hoje é que é um porto caro.”

Ela também defendeu a necessidade de conclusão da ferrovia Transnordestina, que poderia conectar o estado aos demais da região e ao Porto de Suape.

Dentro do porto, encontra-se um laboratório para a produção de hidrogênio verde e há interesse de outros países em saber como a questão vai avançar. “Canadá, Reino Unido, Portugal e Espanha nos procuraram para compreender como é que isso vai andar no País. A gente precisa de estabilidade jurídica, segurança nas resoluções e legislações”, destacou Raquel.

Meio ambiente

No encontro, Rachel Maia, presidente do conselho do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e CEO da RM Consulting, ressaltou a importância de Pernambuco se atentar aos objetivos de desenvolvimento sustentável e lembrou do potencial do estado para energias renováveis: “Você tem uma terra do sol”.

A governadora concordou que Pernambuco pode ser também protagonista em energias renováveis. “Essa é uma das razões pelas quais o Nordeste pode se reposicionar no Brasil. A geração de energia renovável já é realidade em grande parte do nosso espaço, para a gente que vive nos sertões, nos agrestes, na agricultura familiar poder gerar energia eólica e solar e ter mais renda. É um jogo de ganha-ganha”, afirmou.

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