Os hábitos de consumo dos jovens da geração Z, que, segundo dados divulgados pela Adyen, têm optado por formas digitais de pagamento na hora de consumir, têm moldado novas iniciativas para a fidelização de clientes. De acordo com a média global de relatório apresentado pela multinacional holandesa sobre o varejo, 79% dos jovens nascidos a partir de 1995 utilizam digital wallet.
No caso do iFood – uma das referências dos brasileiros quando o assunto é delivery –, a integração dos dados dos canais de venda têm permitido a personalização do atendimento e compreensão do comportamento dos clientes. Restaurantes podem criar benefícios personalizados, estratégias de marketing e relacionamento para fidelização do cliente. Os dados também ajudam na indicação da oferta de novos meios de pagamentos, ajustes no horário de funcionamento, inclusão de pratos no cardápio e localização de novas unidades.
Usando inteligência artificial, a ferramenta pensada de forma conjunta entre ambas as empresas integra os dados dos consumidores do delivery e entrega isso para o restaurante, dizendo que o restaurante tem um cliente fiel, mas que não frequenta o estabelecimento de maneira presencial, por exemplo.
“Cada vez mais a gente está dependente de dispositivos móveis, então é natural também o incremento de volume vindo de outras gerações”, afirmou o vice-presidente de Vendas da Adyen Brasil, Renato Migliacci. “Independentemente da geração, eu não posso ter limitações técnicas. Eu tenho que estar atento a todas as nuances para oferecer a jornada que mais atende esse público”, completou.
Jet ski x transatlântico
Durante evento em São Paulo, o COO do iFood, Thomas Barth, explicou à Esfera Brasil a estratégia que a empresa tem lançado mão para estimular a inovação e pensar em alternativas que possam melhorar a experiência do cliente, sem que isso represente uma mudança estratégica mais ampla.
“O iFood é como um transatlântico: é supergrande e movimentar a direção dele é muito difícil. Para testar saídas, a gente cria times multifuncionais, pequenos, que são os jets skis. Essa equipe vai lá na frente, vê o caminho e conta para o transatlântico, que pode planejar uma mudança de rota de forma estratégica a partir dessa ideia”, disse.
“Se eu conheço o que você pede em casa, a Adyen tem uma tecnologia que me ajuda a identificar o restaurante que você frequenta, por exemplo. Trouxemos incremento médio de 8% nas vendas dos restaurantes que já adotaram esse modelo. Em alguns casos, a mudança é tamanha que demanda que os estabelecimentos mudem de espaço físico para atender melhor a clientela, como aconteceu com um restaurante em Belo Horizonte”, contou Barth.