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Novo arcabouço fiscal: um bom começo, mas repleto de desafios

Proposta foi apresentada pela equipe econômica do governo Lula e será enviada em breve ao Congresso Nacional para aprovação; ela substitui o teto de gastos

Proposta da equipe econômica considera a realidade nacional, mas a carga tributária deverá aumentar. (Andressa Anholete/Bloomberg/Getty Images)
Esfera Brasil

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Publicado em 6 de abril de 2023 às 08h00.

Na última quinta-feira, 30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o novo arcabouço fiscal, cumprindo o compromisso de anunciá-lo em março. A lei complementar com seus detalhes será enviada ao Congresso nos próximos dias e, quando aprovada e sancionada, revogará o teto de gastos.Os principais pontos da proposta são:

Com uma banda de 0,25 pontos percentuais (p.p.) para mais ou para menos, a proposta estabelece metas para o resultado primário de 0,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, 0,5% do PIB em 2025 e 1,0% PIB em 2026.

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Vincula o crescimento real das despesas a 70% do crescimento real das receitas acumulado nos 12 meses anteriores a julho, com crescimentos mínimo (0,6% ao ano [a.a.], um piso) e máximo (2,5% a.a., um teto).

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Se o limite superior para a meta do resultado primário for ultrapassado, o excedente arrecadado será utilizado em investimentos. Já se o limite inferior não for atingido, as despesas poderão crescer apenas 50% do aumento das receitas.

Por terem previsão constitucional, as despesas com o Fundo da Educação Básica (Fundeb) e o piso da enfermagem ficaram fora da nova âncora fiscal.A proposta tem diversos pontos positivos:

Porém, há três pontos de atenção que merecem destaque:

Há desafios importantes para a entrega dos resultados primários explicitados na proposta e, consequentemente, para os ganhos de credibilidade da nova regra fiscal em sua implementação ao longo do tempo. No curto prazo, as percepções sobre a regra poderão ser auferidas pelo comportamento das expectativas de inflação, que são a chave para uma resposta futura da política monetária. É um bom começo, que considera a realidade política nacional, ainda que repleto de desafios.

*Mariam Dayoub é economista-chefe e cientista de Dados na Grimper Capital.

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