Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Início do ano legislativo tem desafios na relação entre Congresso e Planalto

Análise de vetos presidenciais e medidas provisórias colocam capacidade de negociação entre as partes à prova

Para derrubada de vetos presidenciais, o regimento do Congresso determina que sejam necessários 257 votos de deputados e 41 votos de senadores (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Para derrubada de vetos presidenciais, o regimento do Congresso determina que sejam necessários 257 votos de deputados e 41 votos de senadores (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 08h00.

O Congresso Nacional volta às atividades na próxima segunda-feira, 5, com a análise de vetos presidenciais e medidas provisórias como ponto de partida para as relações entre Legislativo e Executivo neste ano. A sessão está convocada para a mesma segunda-feira, às 15h, em solenidade que tradicionalmente reúne deputados e senadores no início da legislatura.

Entre os pontos em discussão, a retirada de R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão na Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser um dos pontos de negociação entre os operadores do governo e o Congresso nas próximas semanas. Enquanto os parlamentares reivindicam um poder maior sobre o Orçamento e se articulam para derrubar o veto, parte da equipe econômica pondera que a medida se justifica pela queda na inflação, que interfere em uma arrecadação menor do que o projetado.

Há ainda na lista da análise dos vetos presidenciais trechos da lei que retomou o programa Minha Casa, Minha Vida, como a parte do texto que obrigava as distribuidoras a comprar o excedente de energia produzida pelos painéis solares instalados nas casas populares.

Para derrubada de vetos presidenciais, o regimento do Congresso determina que sejam necessários 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados separadamente. Lembrando que para justificar a retirada de trechos de leis aprovadas pelo Legislativo, o Executivo deve obrigatoriamente apontar motivos que firam o interesse público ou pontos inconstitucionais na referida legislação.

Entre os pontos a serem analisados pelos parlamentares neste início de ano legislativo, também está a volta do despacho gratuito de bagagens em voos, garantida em texto aprovado pelo Congresso, mas retirada da lei após sanção presidencial ocorrida durante o governo Bolsonaro, e também vetos do ex-presidente a pontos da Lei dos Crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Medidas provisórias

Com a volta aos trabalhos no Legislativo, os parlamentares também devem analisar medidas provisórias editadas pelo governo no último ano. Entre as matérias estão o texto que prevê a reoneração da folha de pagamento, editado pelo governo após o Congresso promulgar legislação que prorroga a desoneração para 17 setores da economia. Na mesma matéria, a equipe econômica também extingue o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que concede benefícios fiscais a empresas do setor, e a limitação de compensação tributária oriunda de decisão judicial.

Editado pela equipe econômica no fim do ano passado, como parte do esforço de recuperar a base fiscal a partir de medidas arrecadatórias, as negociações em torno da matéria têm sido um teste para a capacidade de articulação do governo nas últimas semanas. É possível que a Fazenda mantenha seu posicionamento para que seja preservada uma reoneração gradual da folha de pagamento.

Medidas provisórias são normas com força de lei editadas pela presidência da república e que dependem da apreciação do Congresso Nacional para que sejam convertidas em lei. O prazo inicial de vigência desse tipo de matéria é de 60 dias, prorrogáveis automaticamente por igual período caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas.

Acompanhe tudo sobre:CongressoGovernoGoverno Lula

Mais de Esfera Brasil

Segurança pública permanece como desafio para o governo em 2025

Governo indica superintendente como primeira substituta em lista da Aneel

Deputados federais renunciam aos mandatos para assumir prefeituras

Governo fará execução provisória do orçamento enquanto aguarda aprovação do Congresso