Economia

Volume de combustíveis vendido em 2003 é o menor desde 1995

Sindicato das distribuidoras aponta como causas a retração da economia e o avanço do crime organizado no ramo da adulteração e contrabando de combustíveis

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.

O volume de combustíveis comercializados em 2003 foi o menor desde 1995. A conclusão é do anuário divulgado nesta terça-feira (29/6) pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), na abertura da feira do setor, em São Paulo. No ano passado, foram vendidos 73,3 bilhões de litros, 5,1% menos do que em 2002. A retração se deve, segundo o Sindicom, tanto pelo desaquecimento da economia quanto pelo avanço das quadrilhas de adulteração e contrabando de combustíveis. A redução no volume anual vendido ocorre desde 1998. "É difícil apontar o que pesa mais, se a fraude ou a debilidade econômica", afirma Alísio Vaz, diretor para defesa da concorrência do Sindicom e gerente de relações setoriais da Ipiranga Distribuidora.

No caso do álcool combustível, foram comercializados 3,3 bilhões de litros em 2003, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo. O Sindicom rebate afirmando que foram produzidos 5,2 bilhões de litros de álcool no mesmo período, o que indicaria que 39% daquele volume de produção foi escoado através de canais clandestinos.

Para combater o problema, o sindicato reivindica a redução da carga tributária e a continuidade das operações policiais para desmantelar as quadrilhas. Segundo Vaz, a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços em São Paulo, de 25% para 12%, fez as vendas regulares no estado quase triplicarem, passando de 24 milhões de litros em dezembro de 2003 para 76 milhões em maio deste ano. "E a arrecadação de impostos não caiu", afirma. "Aos poucos o poder público percebe que muito tributo, sem fiscalizar, só estimula o mercado clandestino."

R$ 100 bi de faturamento

O Sindicom reúne as distribuidoras Texaco, Shell, Repsol YPF, Ipiranga, Esso, BR e Agip (esta última adquirida semana passada pela BR), que respondem, de acordo com o sindicato, por 79,2% do mercado brasileiro de combustíveis. Somando o faturamento dos postos à receita de 1 bilhão de reais das lojas de conveniência, presentes no final do ano passado em 9,3% dos 31 167 postos, o total obtido em 2003 foi de 88,4 bilhões de reais. A Sindicom estima um faturamento de cerca de 100 bilhões de reais em 2004, com 700 milhões de reais de investimentos em lojas e postos durante o ano.

A Expo Postos & Conveniência 2004 está sendo realizada em São Paulo, no Expo Center Norte, e segundo Paulo Borgeth, vice-presidente do Sindicom, contou com 15 mil participantes em sua abertura. 

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