Economia

Vendas de supermercados devem crescer até 4% em 2012

Associação do setor diminuiu a expectativa de alta do faturamento, mas espera um aumento do consumo no segundo semestre

Crescimento deve ficar entre 3,5% e 4%, disse a Abras (Mário Rodrigues)

Crescimento deve ficar entre 3,5% e 4%, disse a Abras (Mário Rodrigues)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 14h32.

São Paulo - O supermercados brasileiros devem confirmar este ano o cenário de acomodação visto em 2011, quando as vendas registraram crescimento abaixo do esperado. A associação que representa o setor no país, Abras, reduziu nesta terça-feira a previsão de aumento do faturamento dos supermercadistas em 2012 para entre 3,5 e 4 por cento, contra estimativa anterior de 4 a 4,5 por cento.

Segundo o presidente da entidade, Sussumu Honda, a revisão reflete a combinação entre estabilidade de preços e acomodação da demanda, o que já resultou em vendas abaixo da meta em 2011.

"As medidas que o governo tomou devem começar a ter reflexo no segundo semestre", disse ele se referindo às ações tomadas para incentivar o consumo, no final do ano passado, e à redução da taxa básica de juro (Selic). Honda citou ainda o reajuste do salário mínimo como positivo para impulsionar as vendas a partir de fevereiro.

No ano passado, o setor apurou vendas 3,71 por cento maiores em relação a 2011, ligeiramente abaixo da estimativa da Abras de crescimento anual de 4 por cento, confirmando a "tendência de acomodação do mercado, com crescimento mais moderado", afirmou Honda.

Em termos de volume, as vendas dos supermercados cresceram 1,8 por cento no último ano, comparado a uma expansão de 6,7 por cento em 2010, segundo levantamento da Abras em parceria com a Nielsen.

O volume de vendas em 2011 foi puxado pela cesta de bebidas alcoólicas, com aumento de 5,7 por cento, e de produtos perecíveis, 4 por cento maiores no ano passado.


Ainda assim, os níveis de crescimento foram bastante inferiores aos vistos em 2010, quando a cesta de bebidas alcoólicas teve alta de 15,3 por cento e a de produtos perecíveis, de 10,4 por cento.

Menos cerveja, mais vinho 

Honda apontou o menor consumo de cerveja -um dos itens de maior peso no índice- como um dos responsáveis pela desaceleração, decorrente de temperaturas mais baixas no período de festas de fim de ano.

O volume de vendas de cerveja aumentou 2,3 por cento em 2011, enquanto o de vinho saltou 34,9 por cento, respondendo pela maior contribuição no indicador, em meio ao crescimento do poder de compra dos consumidores.

Para este ano, a entidade projeta crescimento das vendas em termos de volume no intervalo de 2 a 3 por cento, "mantendo o padrão de acomodação já visto no ano passado", acrescentou Honda.

A Abras divulgou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que no último ano registrou crescimento de 3,78 por cento, ficando abaixo da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 6,5 por cento no período.

Em 2010, a cesta havia apurado alta de 17,4 por cento, confirmando a tendência de estabilidade de preços citada pela entidade.

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