As vendas de produtos eletroeletrônicos registraram forte queda no primeiro trimestre deste ano e retomaram o patamar da época do apagão . Segundo balanço da Eletros, associação de fabricantes do setor, a retração média entre janeiro e março foi de 14,27%. "Estamos passando pelo período mais recessivo do setor desde o racionamento de energia", diz Paulo Saab, presidente da associação.

Alguns segmentos tiveram queda acentuada, bem acima da média. É o caso da linha de imagem e som, cujas vendas ficaram 20,79% abaixo do mesmo período do ano passado. Na linha branca, a redução ficou em 15,71%. Na linha de portáteis, a queda foi menor, de 7,1%.

"As vendas de eletroeletrônicos demonstram período de forte recessão, resultado da alta das taxas de juros, do aumento da carga tributária e da inflação que persiste", diz Saab. O presidente da Eletros lembra que, além da queda de vendas, outro fator que tem afetado o setor é a alta acentuada dos preços das matérias-primas. Os seguidos reajustes de produtos como o aço, plásticos, embalagens de papel e papelão, têm pressionado os custos e levado algumas empresas a reduzir os volumes de produção.

A expectativa do setor é que o cenário econômico melhore nos próximos meses. Apesar do baixo desempenho até agora, o setor mantém a projeção de recuperar pelo menos 2% das vendas neste ano em comparação ao ano anterior.

Parte do otimismo leva em conta a reação esboçada mês passado. Em março, os fabricantes registraram recuperação em relação a fevereiro, mas na comparação com março do ano passado, as vendas continuaram apontando retração. Nos produtos de imagem e som, as vendas foram 14,22% superiores a fevereiro, mas estão 24,56% abaixo de 2002. Na linha de portáteis, o desempenho em março registrou reação em comparação a fevereiro, de 55,78%, mas ainda ficou 4,65% abaixo de março do ano passado. Já a linha branca teve queda de 1,03% em relação a fevereiro e de 15,65% na comparação com março de 2002.