Venda de carros cai 7,38% e surpreende setor
O presidente da Fenabrave avalia que as indústrias estão se "reajustando", embora os estoques continuem altos e que o setor vai se recuperar nos próximos meses
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 14h30.
São Paulo - O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, afirmou nesta terça-feira, 02, que a entidade foi surpreendida com a queda de 7,38% nas vendas de automóveis e veículos leves em agosto ante julho e de 17,12% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Segundo ele, a falta de crédito no mercado continua sendo o principal fator que limita as vendas. Ele acredita, no entanto, que o segmento deve se recuperar no último trimestre do ano.
"Fomos surpreendido com um mês de agosto menor até mesmo que junho, época da Copa do Mundo", afirmou Meneghetti durante entrevista coletiva para comentar os resultados de agosto.
Ele avalia que as indústrias estão se "reajustando", embora os estoques continuem elevados. O presidente da Fenabrave prevê que o setor vai se recuperar nos próximos três meses, principalmente em novembro e dezembro.
Meneghetti avaliou que as medidas anunciadas ontem por bancos estatais, de diminuir taxas de juros para 0,99% ao mês para financiamento em 36 meses, vão ajudar nessa recuperação.
"Quando isso acontece, agrega mais consumidores", explica. De acordo com ele, também deve contribuir para isso a expectativa de modernização da legislação que trata sobre a inadimplência.
Estoques
Meneghetti afirmou também que os estoques de automóveis nas fábricas brasileiras estão variando, em média, de 40 a 50 dias por marca.
De acordo com ele, as marcas de grandes volumes estão com estoques variando mais próximos de 50 dias. Ele destacou, contudo, que, no caso das marcas de nicho, esse prazo pode chegar a cerca de 30 ou 35 dias.
Em entrevista coletiva para comentar os resultados do setor de agosto, Meneghetti também avaliou que as eleições gerais deste ano não devem alterar o comportamento do consumidor.
"Vai alterar é o do empresário que investe. Esse vai estar esperando para ver o que vai acontecer", disse. Ele lembrou que a inadimplência vem caindo e que, apesar de estar atualmente em 4,7% - nível acima do considerado normal, de 3% -, é menor do que o patamar de 8% visto no passado.