São Paulo - Vem aí uma nova moeda virtual: a "Hayek".
Ela será lançada no dia 25 de maio pela Anthem Vault, uma empresa de metais e tecnologia baseada em Las Vegas, nos Estados Unidos.
A moeda tem um pé no futuro e outro no passado: será lastreada em ouro, como era o dólar até 1971. O nome é uma homenagem ao economista austríaco Friedrich Hayek, vencedor do Nobel de Economia em 1974 e um dos papas do liberalismo.
Não há limite pré-definido para a emissão e cada HayekCoin valerá o equivalente a um grama de ouro. Para Fernando Ulrich, autor do livro "Bitcoin – A moeda na Era Digital", o que parece vantagem é na verdade uma debilidade:
"O lastro em uma commodity tem como principal função manter a oferta do meio-circulante vinculada à escassez natural do ouro. No caso do bitcoin, o que garante isso são as próprias regras do sistema aliadas à criptografia moderna. É impossível falsificar um bitcoin; dessa forma, o sistema garante uma escassez autêntica sem precisar de lastro algum."
Blanchard diz ao Business Insider que a moeda pode servir como sistema de pagamento alternativo em países em desenvolvimento com moedas voláteis.
Na semana passada, o The New York Times publicou uma grande reportagem sobre a adoção do bitcoin diante da desorganização cambial na Argentina.
O bitcoin tem até caixa eletrônico em São Paulo (e precisa ser inclusive declarada no imposto de renda), mas sofreu com uma queda brutal de valor em 2014, maior até que a de moedas de emergentes como o rublo.
A insegurança regulatória é um dos fatores que estão pesando contra, com mudanças frequentes de regras em diferentes países do mundo e casos muito divulgados como a quebra da Mt Gox no Japão. Para Ulrich, a HayekCoin cria um risco extra neste ambiente:
"Ela está reintroduzindo no sistema monetário algo que o Bitcoin já havia eliminado: o risco da contraparte. Se a HayekCoin vale exatamente 1 grama de ouro, alguém está garantindo que todas as HayekCoins emitidas terão lastro no metal. Que entidade fará isso? Quem garante a solvência dessa instituição?".
Robert Shiller, vencedor do Nobel, já sugeriu que as moedas virtuais podem ser úteis, mas só como unidade de medida cambial. Economistas como Willem Buiter, do Citi, vão mais longe e dizem que o fim do dinheiro vivo poderia resolver a crise econômica.
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1. Vendo o futuro
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1/14 (REUTERS/Steve Marcus)
São Paulo -- Qual deve ser o futuro da tecnologia? Em seu relatório de tendência anuais, a JWTIntelligence (braço de inteligência da agêcia de publicidade J. Walter Thompson) tenta enxergar esse futuro. A seguir estão as tendência em tecnologia que a empresa identificou para 2015. Desde realidade virtual, até preocupações éticas na fabricação de um smartphone estão ali. Veja a seguir as 12 tendência em tecnologia mais importantes que a JWTIntelligence colocou em seu relatório.
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2. Internet tátil
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2/14 (Divulgação/Apple)
No futuro, navegar na internet não trará apenas informações, imagens e sons. A internet será capaz de entregar ao seu usuário sensações físicas também, ao menos é no que aposta a JWT. O relatório cita dois professores como fontes: Mischa Dohler, da King’s College, em Londres, e Gerhard Fattweis, da Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha. Eles acreditam que a internet tátil será o próximo paradigma da rede. “Uma internet responsiva o suficiente e conexão à rede confiável irão entregar experiências físicas e táteis remotamente”, escrevem os professores.
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3. Moedas virtuais palatáveis
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3/14 (Karen Bleier/AFP)
Muito se fala no bitcoin e moedas virtuais. Mas elas ainda não chegaram ao grande público. É preciso um serviço que seja amigável ao consumidor para que as moedas funcionem. A JWT cita o cofundador da startup Circle, que converte moedas tradicionais em bitcoin sem custos para o usuário. Ele disse em uma conferência que as moedas virtuais precisam de um “app matador” para chegarem ao público em geral. A consultoria ainda cita a Circle como uma das grandes startups nesse meio.
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4. Xiaomi
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4/14 (Brent Lewin/Bloomberg)
Em 2014, a Xiaomi, fabricante chinesa de smartphones, chegou a figurar entre as três maiores do mundo. A empresa ultrapassou a sul-coreana LG e a também chinesa Lenovo -- muito mais conhecidas no ocidente. A marca vem fazendo sucesso e conquistando mercados com uma estratégia que alia design e qualidade a preços baixos em seus smartphones. De acordo com a JWT, o cenário é importante como um todo. É a demonstração que desde mercados de diversas áreas (de luxo a tecnologia) estão sendo tomados por empresas nascidas nos BRICS.
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5. Impressão 3D amadurece
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5/14 (Divulgação/M3D)
Uma das apostas para o mercado de tecnologia em 2015 é o amadurecimento da impressão 3D. Apesar de ter sido adotada por alguns setores da indústria, as impressoras 3D ainda não chegaram ao mercado de consumo. “Estou vendo alguns provedores de serviços aparecendo e que deixarão as impressoras 3D mais parecidas com um negócio de verdade”, afirma Sophie Hackford, diretora da consultora Wired.
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6. Jogos artísticos e intelectuais
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6/14 (Divulgação/Calvino Noir Ltd.)
O mercado de games vem conquistando cada vez mais espaço e sofrendo algumas mudanças. Com a participação maior de públicos diferentes nesse mercado (mulheres e jogadores cada vez mais maduros), o apelo dos jogos fica mais diverso. A JWT vê um aumento de jogos com foco artístico e com conteúdo intelectual. Um dos exemplos é o Calvino Noir (na imagem), que traz arquitetura da década de 30 exibida em tons monocromáticos. O game é um quebra-cabeças e deve ser lançado em 2015.
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7. Smartphones éticos
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7/14 (Divulgação/Fairphone)
No ano passado, o Fairphone (algo como “Telefone justo”, em inglês) chamou a atenção. Ele propunha que compradores de smartphone procurassem um aparelho que fosse fabricado dentro de padrões éticos. Dentro dessa ideia estavam materiais que não fossem obtidos em regiões de conflitos, incentivando milícias e grupos armados. Outra ideia era que não houvesse nenhuma forma de abusos trabalhistas com os empregados da cadeira de produção (viu, Apple?). A JWT acredita que esse tipo de preocupação vá ganhar mais e mais espaço dentro de empresas de tecnologia. A consultoria usa a Intel como exemplo. A empresa vem usando minerais que não tenham sido extraídos de áreas de conflito.
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8. Tecnologia cognitiva
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8/14 (Getty Image)
Enquanto a inteligência artificial não chega de fato, a maior demonstração de inteligência aplicada à tecnologia são os sistemas que aprendem. Os maiores exemplos apresentados pela JWT são os assistentes pessoais Google Now, Siri (da Apple) e Cortana (da Microsoft). A aposta é que esse ramo da tecnologia continue avançando. O relatório relembra o fato que os fundadores do Viv Labs (que criou a Siri) afirmaram à revista Wired estarem trabalhando em “um sistema que sabe o que você quer antes mesmo de perguntar”. Máquinas que são capazes de aprender são uma das próximas perspectivas da tecnologia.
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9. Morte dos cookies
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9/14 (Wikimedia Commons)
Cada vez mais discutida no mundo da tecnologia é a morte do cookie. Os cookies (biscoitos em inglês) são arquivos que informam a serviços online por onde um usuário passou enquanto navegava na internet. A grande questão é que as pessoas cada vez usam mais aparelhos diferentes, o que dificulta esse trabalho. No ano passado, o Facebook criou o Atlas. Ele é uma ferramenta que usa a conta do Facebook de usuários para fornecer as informações de navegação para anunciantes. Se você usar um tablet, smartphone e um computador e estiver registrado com seu Facebook em todos ele, o Atlas saberá todo seu histórico. Ideias alternativas devem aparecer nos próximos anos. E, quem sabe, os cookies podem ser deixados de lado.
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10. Oculus Rift e a comunicação
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10/14 (foto/Bloomberg)
Em 2014, o Facebook comprou a empresa que produz o Oculus Rift, um capacete de realidade virtual. A previsão da JWT é que, além de games ou filmes, o Rift irá revolucionar a forma como as pessoas se comunicam. O próprio CEO da empresa Oculus VR já falou sobre isso. O relatório da JWT chama o Oculus Rift de "o novo Skype". Imagine, no futuro, a combinação de realidade virtual com a internet tátil, já falada aqui.
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11. Smartphone econômico
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11/14 (Divulgação/Obi)
John Sculley é mais famoso por ter sido CEO da Apple. Mas ele está trabalhando em uma ideia que pode mudar o mundo. Ele fundou uma empresa chamada Obi para lançar smartphones baratos, com bom design e com foco em jovens. Os smartphones da Obi devem ser vendidos, principalmente, em mercados emergentes (a empresa já foca na Índia e no Oriente Médio). Assim, os smartphone devem permitir que cada vez mais jovens se conectem à internet. De acordo com a JWT, a preocupação com design é algo que vem ganhando espaço entre os jovens.
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12. Mobile como um portal para o mundo
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12/14 (Nest/Reprodução)
A ideia da JWT é que com os nossos smartphones, poderemos acessar outros aparelhos. Nada mais é do que a internet das coisas. Os principais exemplos do relatório é como já é possível acessar os termostatos da Nest (na imagem) ou regular a intensidade e as cores das lâmpadas Philips Hue. A tendência é que o número de coisas que possam ser acessadas aumente com o tempo. Nossos smartphones, portanto, serão um portal para que objetos pelo mundo todo possam ser comandados de qualquer lugar. Uma preocupação da JWT é a quem irão pertencer os dados que circulam entre smartphones e aparelhos conectados a internet.
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13. Pagamentos P2P
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13/14 (Philippe Ramakers/Stock.XCHNG)
Além das moedas virtuais, a JWT identifica como tendência os pagamentos P2P – a sigla se refere a Peer to Peer, ou, em português, ponto-a-ponto. A ideia é que as transações sejam feitas de uma pessoa a outra sem a necessidade de envolvimento de bancos ou instituições financeiras (ao menos não seria preciso ir a um banco ou usar o app de um banco). Para isso, empresas como o Facebook ou a Kakao (um WhatsApp popular na Coreia do Sul) estão trabalhando em soluções. Em algum momento, será possível enviar pagamentos para seus amigos usando somente um app de conversas (como o Facebook Messenger) no smartphone.
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14. Agora, veja as mudanças que o mundo pode ver em 2015
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14/14 (Creative Commons/ Martinak15)