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Veja o que pode acontecer com a Grécia se houver referendo

Plano do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, de realizar referendo sobre as exigências de austeridade dos credores praticamente acabou com as conversas por ajuda

Alexis Tsipras, premiê grego: governo da Grécia tem dito que respeitará o resultado do referendo, apesar de defender que gregos digam "não" (REUTERS/Marko Djurica)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2015 às 11h07.

Atenas - O plano do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras , de realizar um referendo no dia 5 de julho sobre as exigências de austeridade dos credores praticamente acabou com as conversas por ajuda, deixou o país perto do default e de uma crise financeira que pode abrir caminho para uma saída da zona do euro .

A decisão chocante desencadeou uma forte reação de partidos de oposição pró euro, e uma série de reuniões entre vários líderes partidários estimularam conversas de vários cenários para puxar a Grécia de volta da beira da saída do bloco do euro.

Aqui estão algumas das opções especuladas:

Intervenção do presidente

O presidente tem um cargo na maior parte cerimonial na Grécia, mas pode intervir em caso de emergência nacional --renunciando ao cargo.

Se o presidente renunciar, então um referendo será suspenso até que um novo presidente seja eleito, o que exige que o candidato ganhe com uma maioria de três quintos no Parlamento.

Como o governo liderado pelo Syriza não tem uma maioria de três quintos no Parlamento para eleger um presidente caso isso aconteça, isso levaria a novas eleições nacionais, segundo o especialista constitucional grego Nikos Skoutaris, professor de lei da UE na Escola de Direito da Universidade de East Anglia.

Baixa participação no referendo

Referendos não são legalmente vinculantes na Grécia, e são vistos como um "processo consultivo". Uma participação mínima de 40 por cento é exigida. Caso fracasse em ter o apoio, o referendo não será considerado consultivo, e será simplesmente engavetado.

Vitória do "sim" aos termos do acordo

O governo da Grécia tem dito que respeitará o resultado do referendo, apesar de estar defendendo que os gregos digam "não" à proposta de resgate dos credores.

No entanto, analistas dizem que seria quase politicamente impossível implementar um programa ao qual o governo tem se oposto de maneira tão forte, e que neste caso o premiê, Alexis Tsipras, provavelmente renunciaria e convocaria novas eleições.

Questionado se o governo renunciaria caso os gregos votem pelo "sim", o ministro de Energia, Panagiotis Lafazanis --um ministro sênior próximo de Tsipras-- disse: "Sim, haveriam repercussões políticas".

Governo da "União Nacional"

Um "sim" de eleitores não significa automaticamente eleições antecipadas, mesmo se cause o colapso do governo.

Se Tsipras renunciar, o presidente pode chamar líderes de partidos da oposição para tentar formar um governo de minoria e multipartidário entre as legendas pró euro como o centrista To Potami, o partido de centro esquerda Pasok e o conservador Nova Democracia, para implementar o programa de resgate aceito pelos gregos.

Vitória do "não" no referendo

Autoridades do governo grego dizem que uma vitória do "não" fortaleceria sua posição de negociação com credores, apesar de autoridades da zona do euro afirmarem que a oferta deles expira ao fim do resgate da Grécia em 30 de junho.

Um vitória do "não" quase certamente fecharia a porta à perspectiva de mais ajuda de credores, deixando o país em terreno desconhecido e acelerando sua saída do euro.

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A decisão chocante desencadeou uma forte reação de partidos de oposição pró euro, e uma série de reuniões entre vários líderes partidários estimularam conversas de vários cenários para puxar a Grécia de volta da beira da saída do bloco do euro.

Aqui estão algumas das opções especuladas:

Intervenção do presidente

O presidente tem um cargo na maior parte cerimonial na Grécia, mas pode intervir em caso de emergência nacional --renunciando ao cargo.

Se o presidente renunciar, então um referendo será suspenso até que um novo presidente seja eleito, o que exige que o candidato ganhe com uma maioria de três quintos no Parlamento.

Como o governo liderado pelo Syriza não tem uma maioria de três quintos no Parlamento para eleger um presidente caso isso aconteça, isso levaria a novas eleições nacionais, segundo o especialista constitucional grego Nikos Skoutaris, professor de lei da UE na Escola de Direito da Universidade de East Anglia.

Baixa participação no referendo

Referendos não são legalmente vinculantes na Grécia, e são vistos como um "processo consultivo". Uma participação mínima de 40 por cento é exigida. Caso fracasse em ter o apoio, o referendo não será considerado consultivo, e será simplesmente engavetado.

Vitória do "sim" aos termos do acordo

O governo da Grécia tem dito que respeitará o resultado do referendo, apesar de estar defendendo que os gregos digam "não" à proposta de resgate dos credores.

No entanto, analistas dizem que seria quase politicamente impossível implementar um programa ao qual o governo tem se oposto de maneira tão forte, e que neste caso o premiê, Alexis Tsipras, provavelmente renunciaria e convocaria novas eleições.

Questionado se o governo renunciaria caso os gregos votem pelo "sim", o ministro de Energia, Panagiotis Lafazanis --um ministro sênior próximo de Tsipras-- disse: "Sim, haveriam repercussões políticas".

Governo da "União Nacional"

Um "sim" de eleitores não significa automaticamente eleições antecipadas, mesmo se cause o colapso do governo.

Se Tsipras renunciar, o presidente pode chamar líderes de partidos da oposição para tentar formar um governo de minoria e multipartidário entre as legendas pró euro como o centrista To Potami, o partido de centro esquerda Pasok e o conservador Nova Democracia, para implementar o programa de resgate aceito pelos gregos.

Vitória do "não" no referendo

Autoridades do governo grego dizem que uma vitória do "não" fortaleceria sua posição de negociação com credores, apesar de autoridades da zona do euro afirmarem que a oferta deles expira ao fim do resgate da Grécia em 30 de junho.

Um vitória do "não" quase certamente fecharia a porta à perspectiva de mais ajuda de credores, deixando o país em terreno desconhecido e acelerando sua saída do euro.

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