Economia

Varejo mantém trajetória de recuperação, porém perde ritmo, avalia IBGE

Apesar da queda de 0,2% registrada em fevereiro ante janeiro, oscilações mostram que vendas estão convergindo para estabilidade, segundo IBGE

Varejo: volume vendido está 8,5% abaixo do pico registrado em outubro de 2014 (Mario Tama/Getty Images)

Varejo: volume vendido está 8,5% abaixo do pico registrado em outubro de 2014 (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2018 às 18h50.

Rio - As vendas no varejo mantém a trajetória de recuperação, apesar da queda de 0,2% registrada em fevereiro ante janeiro, afirmou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Com a entrada do mês de fevereiro, o varejo mantém a trajetória de recuperação, porém perde ritmo", reconheceu Isabella. "As oscilações no varejo mostram que as vendas estão convergindo para um patamar de estabilidade. O patamar de vendas de fevereiro é exatamente igual ao de setembro de 2017", completou.

Na comparação com fevereiro do ano passado, o varejo cresceu 1,3% em fevereiro deste ano, a 11ª taxa positiva consecutiva, mas a mais baixa desde abril de 2017. Isabella ressalta que o avanço já não teve ajuda de uma base de comparação tão fraca, mas sim recomposta, uma vez que a recuperação das vendas teve início no fim de 2016.

O volume vendido pelo varejo está 8,5% abaixo do pico registrado em outubro de 2014. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas estão 15,1% inferiores ao ponto máximo alcançado em agosto de 2012.

"Os artigos farmacêuticos e os supermercados, que são atividades básicas, estão se recuperando mais rapidamente em relação ao seu ponto mais alto", apontou Isabella.

Segundo a pesquisadora, a retomada gradual das vendas é explicada por uma recuperação ainda devagar do mercado de trabalho.

"A recuperação das vendas se deu por causa da recuperação do mercado de trabalho. Mas houve precarização do emprego, você tem menos trabalhadores com carteira assinada. Além disso, a gente tem 13,1 milhões de pessoas desocupadas ainda, e portanto com alguma limitação do consumo. Essa recuperação do varejo depende ainda da velocidade que o mercado de trabalho vem recuperando, da qualidade do emprego", ponderou Isabella.

Acompanhe tudo sobre:IBGEVarejoVendas

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação