Economia

Usinas de açúcar e álcool fecham safra com dívida de R$ 100 bi

No ano passado, importantes grupos do setor fizeram reestruturações de suas dívidas

Usina: embora o valor seja considerado alto, o endividamento total do setor já foi bem maior (Paulo Fridman/Bloomberg)

Usina: embora o valor seja considerado alto, o endividamento total do setor já foi bem maior (Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 08h52.

São Paulo - As usinas de açúcar e álcool devem encerrar a atual safra 2016/17 devendo um faturamento do setor, estimado em cerca de R$ 100 bilhões, de acordo com estimativas preliminares feitas por Antonio de Padua Rodrigues, diretor da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), a pedido do Estado.

Embora o valor seja considerado alto, o endividamento total do setor já foi bem maior, segundo Rodrigues. Nas últimas duas safras, por exemplo, disse o executivo, as indústrias sucroalcooleiras iniciaram seus ciclos devendo cerca de 110% da receita total do setor. "A redução do endividamento do setor reflete a melhora dos preços do açúcar", afirmou.

No ano passado, importantes grupos do setor fizeram reestruturações de suas dívidas. Foi o caso da Odebrecht Agroindustrial, que no segundo semestre de 2016 renegociou cerca de R$ 7 bilhões de dívidas com os principais bancos credores, como Bradesco, Santander, BNDES, Itaú e Banco do Brasil.

A empresa se comprometeu a fazer uma capitalização de R$ 6 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões serão com aporte de ativo e R$ 4 bilhões em injeção financeira.

A indiana Renuka, que tem quatro usinas no País e está em recuperação judicial desde outubro de 2015, está tentando leiloar uma de suas usinas de São Paulo, para tentar abater sua dívida, estimada em R$ 2 bilhões.

Falta de investimento

Segundo Rodrigues, da Unica, das 80 usinas desativadas nos últimos anos, poucas são as chances delas voltarem a operar.

Segundo ele, nem todos os grupos e estão investindo em renovação de canavial. A produtividade recuou na safra 2016/17. Na região Centro-Sul, ficou em torno de 77 toneladas por hectare.

"Teria potencial para chegar a 85 toneladas por hectare. Daria para aumentar a produção de cana em 80 milhões de toneladas com as unidades atuais". A colheita é estimada em 650 milhões de toneladas no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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