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Unificação monetária em Cuba levará três anos ou mais

Ex-ministro das Finanças, José Luis Rodríguez, que idealizou o sistema vigente há 20 anos, afirmou que será um processo complexo

Cuba: existência de duas moedas e diferentes taxas de câmbio gerou grandes deformações na contabilidade empresarial e na medição da produtividade e rentabilidade (Arquivo/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 17h08.

A unificação monetária que Raúl Castro realizará em Cuba será um processo complexo, que levará "três anos ou mais", disse ex-ministro das Finanças, José Luis Rodríguez, que idealizou o sistema vigente há 20 anos, na quarta-feira.

"Será necessário primeiro avaliar a taxa de câmbio oficial que hoje rege as operações" das empresas (um por um) e posteriormente, conseguir a convergência do usado pela população (25 x um), "porque todo o ajuste levará um tempo que se estenderá possivelmente a três anos ou mais", afirmou Rodríguez.

Ministro das Finanças de 1993 a 1995 e titular de Economia de 1995 a 2009, Rodríguez disse em um artigo publicado no site Cubacontemporanea.com, que a velocidade do processo é "de grande importância", pois "em uma sociedade socialista não é possível uma desvalorização súbita com os efeitos negativos típicos das políticas liberais".

No dia 22 de outubro, o governo de Raúl Castro anunciou, sem oferecer detalhes, o início de um processo paulatino de unificação do peso conversível (CUC, igual ao dólar) e o peso cubano (CUP, 25 por 1 CUC), que estão em circulação há 20 anos.

O anúncio gerou grande expectativa, apesar de oficialmente não ter havido explicação alguma e os especialistas estão cautelosos para falar sobre o tema.

A unificação monetária é uma das maiores demandas da população, pois os salários são pagos em CUP, o que gera desigualdade social, segundo alguns especialistas.

A existência das duas moedas e diferentes taxas de câmbio, também gerou grandes deformações na contabilidade empresarial e na medição da produtividade e rentabilidade, reconhecem as autoridades.

"O fato de a reunificação monetária anunciada ser gradual deve garantir maior estabilidade econômica e segurança possível para todos os membros da sociedade, pelo qual cabe esperar a introdução paulatina das taxas de câmbio diferenciais por setores", explicou Rodríguez.

Isso é "um complexo processo de criação de reservas financeiras, acompanhado de transformações jurídicas, contábeis e estatísticas para realizá-la".

Rodríguez alertou que "as expectativas das pessoas com a eliminação da dualidade monetária tendem a ser superiores ao que realmente pode se esperar que aconteça", pois a unificação não criará mais que as condições para melhorar a gestão econômica e sua medição, mas a superação dos problemas que hoje afetam a produção de bens e serviços e das receitas da população só será possível com uma profunda mudança estrutural na economia.

Para as empresas - 90% delas estatais - "terá um certo custo a curto prazo e benefícios que se evidenciarão a médio prazo", antecipou.

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A unificação monetária que Raúl Castro realizará em Cuba será um processo complexo, que levará "três anos ou mais", disse ex-ministro das Finanças, José Luis Rodríguez, que idealizou o sistema vigente há 20 anos, na quarta-feira.

"Será necessário primeiro avaliar a taxa de câmbio oficial que hoje rege as operações" das empresas (um por um) e posteriormente, conseguir a convergência do usado pela população (25 x um), "porque todo o ajuste levará um tempo que se estenderá possivelmente a três anos ou mais", afirmou Rodríguez.

Ministro das Finanças de 1993 a 1995 e titular de Economia de 1995 a 2009, Rodríguez disse em um artigo publicado no site Cubacontemporanea.com, que a velocidade do processo é "de grande importância", pois "em uma sociedade socialista não é possível uma desvalorização súbita com os efeitos negativos típicos das políticas liberais".

No dia 22 de outubro, o governo de Raúl Castro anunciou, sem oferecer detalhes, o início de um processo paulatino de unificação do peso conversível (CUC, igual ao dólar) e o peso cubano (CUP, 25 por 1 CUC), que estão em circulação há 20 anos.

O anúncio gerou grande expectativa, apesar de oficialmente não ter havido explicação alguma e os especialistas estão cautelosos para falar sobre o tema.

A unificação monetária é uma das maiores demandas da população, pois os salários são pagos em CUP, o que gera desigualdade social, segundo alguns especialistas.

A existência das duas moedas e diferentes taxas de câmbio, também gerou grandes deformações na contabilidade empresarial e na medição da produtividade e rentabilidade, reconhecem as autoridades.

"O fato de a reunificação monetária anunciada ser gradual deve garantir maior estabilidade econômica e segurança possível para todos os membros da sociedade, pelo qual cabe esperar a introdução paulatina das taxas de câmbio diferenciais por setores", explicou Rodríguez.

Isso é "um complexo processo de criação de reservas financeiras, acompanhado de transformações jurídicas, contábeis e estatísticas para realizá-la".

Rodríguez alertou que "as expectativas das pessoas com a eliminação da dualidade monetária tendem a ser superiores ao que realmente pode se esperar que aconteça", pois a unificação não criará mais que as condições para melhorar a gestão econômica e sua medição, mas a superação dos problemas que hoje afetam a produção de bens e serviços e das receitas da população só será possível com uma profunda mudança estrutural na economia.

Para as empresas - 90% delas estatais - "terá um certo custo a curto prazo e benefícios que se evidenciarão a médio prazo", antecipou.

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