Exame Logo

Trump quer taxar produtos chineses em 45%. É uma boa ideia?

Em primeiro lugar nas pesquisas para a candidatura republicana, bilionário defende proposta que levaria a uma verdadeira guerra comercial

Donald Trump: "o sonho americano está morto. Mas, se vencer, o construirei de novo, maior e melhor que nunca" (Brendan McDermid/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 09h27.

São Paulo - A eleição presidencial dos Estados Unidos acontece em novembro e como de praxe, tem tido muitos de seus momentos mais quentes ainda na fase das primárias.

É quando os partidos - republicano e democrata - definem seus candidatos, e para isso precisam cortejar os eleitores engajados de sua base ao invés do público em geral. É uma receita para radicalismos.

Neste ano, as elites republicanas estão desconcertadas com a ascensão do bilionário, empresário e apresentador Donald Trump , que está na liderança absoluta com 33% na última pesquisa NBC News/Wall Street Journal.

Trump garantiu sua independência financiando a própria campanha e virou o destaque da temporada com declarações agressivas contra mulheres e estrangeiros, além de propostas polêmicas.

Uma delas é a de um novo imposto de 45% sobre as importações chinesas como forma de compensar a fraqueza da moeda chinesa, o iuane.

"Eles estão desvalorizando sua moeda, e matando nossas empresas. Nós deixamos eles se safarem disso, e não podemos deixar isso acontecer", disse Trump em um debate recente.

Os outros candidatos republicanos e vários economistas apontam que uma medida do tipo seria um tiro no pé pois aumentaria internamente os custos para os negócios e os preços para os consumidores.

“Mais da metade das importações norte-americanas são de materiais básicos. E essas importações baratas beneficiam as empresas americanas, que contratam trabalhadores americanos para finalizar o produto. Trumpo está evocando uma posição mercantilista ultrapassada de séculos atrás", diz Mark J. Perry, professor da Universidade de Michigan em Flint e estudioso no instituto conservador American Enterprise Institute, para o POLITICO.

Além disso, dificilmente a produção afetada na China seria deslocada de volta para os Estados Unidos: o mais provável é que outros países de baixo custo como Vietnã e Bangladesh entrassem para preencher este espaço.

O novo imposto seria certamente desafiado (e muito provavelmente derrubado) na Organização Mundial de Comércio (OMC), não sem antes iniciar uma verdadeira guerra comercial.

"Se colocarmos uma tarifa, eles vão colocar uma tarifa recíproca, e isso vai prejudicar os produtores da Carolina do Sul e os agricultores de Iowa e os 20% dos empregos americanos que dependem das exportações", disse Ted Cruz, pré-candidato republicano em segundo lugar nas pesquisas.

Veja também

São Paulo - A eleição presidencial dos Estados Unidos acontece em novembro e como de praxe, tem tido muitos de seus momentos mais quentes ainda na fase das primárias.

É quando os partidos - republicano e democrata - definem seus candidatos, e para isso precisam cortejar os eleitores engajados de sua base ao invés do público em geral. É uma receita para radicalismos.

Neste ano, as elites republicanas estão desconcertadas com a ascensão do bilionário, empresário e apresentador Donald Trump , que está na liderança absoluta com 33% na última pesquisa NBC News/Wall Street Journal.

Trump garantiu sua independência financiando a própria campanha e virou o destaque da temporada com declarações agressivas contra mulheres e estrangeiros, além de propostas polêmicas.

Uma delas é a de um novo imposto de 45% sobre as importações chinesas como forma de compensar a fraqueza da moeda chinesa, o iuane.

"Eles estão desvalorizando sua moeda, e matando nossas empresas. Nós deixamos eles se safarem disso, e não podemos deixar isso acontecer", disse Trump em um debate recente.

Os outros candidatos republicanos e vários economistas apontam que uma medida do tipo seria um tiro no pé pois aumentaria internamente os custos para os negócios e os preços para os consumidores.

“Mais da metade das importações norte-americanas são de materiais básicos. E essas importações baratas beneficiam as empresas americanas, que contratam trabalhadores americanos para finalizar o produto. Trumpo está evocando uma posição mercantilista ultrapassada de séculos atrás", diz Mark J. Perry, professor da Universidade de Michigan em Flint e estudioso no instituto conservador American Enterprise Institute, para o POLITICO.

Além disso, dificilmente a produção afetada na China seria deslocada de volta para os Estados Unidos: o mais provável é que outros países de baixo custo como Vietnã e Bangladesh entrassem para preencher este espaço.

O novo imposto seria certamente desafiado (e muito provavelmente derrubado) na Organização Mundial de Comércio (OMC), não sem antes iniciar uma verdadeira guerra comercial.

"Se colocarmos uma tarifa, eles vão colocar uma tarifa recíproca, e isso vai prejudicar os produtores da Carolina do Sul e os agricultores de Iowa e os 20% dos empregos americanos que dependem das exportações", disse Ted Cruz, pré-candidato republicano em segundo lugar nas pesquisas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCâmbioCelebridadesChinaComércioComércio exteriorDonald TrumpEleiçõesEleições americanasEmpresáriosEstados Unidos (EUA)IuaneMoedasPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame