Ministério da Fazenda: Meirelles, segundo fontes, é considerado um nome mais "maleável" pelo PT (Arquivo/Editora Abril)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 19h48.
Brasília - A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), afirmou nesta quinta-feira que o debate sobre uma eventual troca no comando do Ministério da Fazenda é "tolice" e não ajuda no avanço de matérias do ajuste fiscal que precisam do aval do Legislativo.
Nos últimos dias aumentaram as especulações sobre uma possível substituição do ministro Joaquim Levy pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles no comando da Fazenda.
Meirelles, segundo fontes, é considerado um nome mais "maleável" pelo PT.
"O que vale trocar o Meirelles pelo Levy, Levy pelo Meirelles? Alguém nessa crise desse tamanho, com o país do jeito que está, acha que quem entrar, Meirelles ou ficar Levy, muda a economia desse país nesse estalar de dedos? Não muda", disse a senadora.
"Acho uma tolice, acho que está errado pensar isso, está errado fazer isso e não contribui em nada para que a gente possa avançar pelo menos na base econômica necessária de votações no Congresso Nacional", completou.
A senadora falou com jornalistas após se encontrar com Levy no Ministério da Fazenda para tratar de assuntos fiscais de seu Estado.
A respeito de matérias orçamentárias de interesse do Executivo, Rose reiterou que a análise pela CMO do projeto que altera a meta fiscal de 2015 ficará para terça-feira, com expectativa de conclusão a votação na mesma sessão.
Já sobre o relatório de receitas do Orçamento de 2016, também pendente de apreciação no colegiado, Rose admitiu que o processo deverá ser mais lento.
"Nesse momento estamos patinando ainda sobre a receita", afirmou, acrescentando que a indicação pelo relator do texto, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), de ingresso de 10 bilhões de reais no ano que vem com a regularização de terras na Amazônia Legal "não era factível aos olhos de ninguém".
A senadora lembrou que a inclusão de recursos com a volta da CPMF não foi admitida pelos parlamentares até agora. Mesmo assim, disse acreditar na viabilidade da meta de um superávit primário de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, conforme aprovado nesta quinta-feira em votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na CMO.
"Nós estamos olhando com lupa cada coisa que foi exemplificada como gasto, como despesa, como empenho, investimento. Nós estamos olhando tudo, não estamos deixando passar nada", disse.