Transportar no Brasil sai mais caro do que trazer da China, diz executivo
Afirmação foi feita pelo presidente da Vallourec, Alexandre Lyra, que passou o bastão da presidência do conselho diretor do Instituto Aço Brasil
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de agosto de 2018 às 12h19.
Última atualização em 21 de agosto de 2018 às 12h25.
São Paulo - O valor do frete para transportar produtos siderúrgicos da região Sudeste para o Norte e Nordeste do país é mais caro do que importar aço da China , disse nesta terça-feira, 21, o presidente da Vallourec, Alexandre Lyra. O executivo passou o bastão da presidência do conselho diretor do Instituto Aço Brasil (IABr) para Sergio Leite, presidente da Usiminas.
Lyra disse que esse problema se agravou com a mudança dos patamares do frete após a greve dos caminhoneiros, em maio. Outra consequência da greve, disse, foi que o governo diminuiu a alíquota do Reintegra, que é um benefício fiscal instituído para repor ao exportador os resíduos fiscais da cadeia produtiva absorvidos no preço das mercadorias e bens com destino ao exterior, de 2% para 0,1%. "Isso gera grande prejuízo às empresas que lutam para exportar seus produtos para países cada vez mais protecionistas", disse, lembrando da decisão dos EUA de sobretaxar ou impor cotas para a importação de aço pelo País.
O executivo disse ainda que outros países têm seguido esse caminho de proteger seus mercados, como a União Europeia, que anunciou a adoção de salvaguardas. Movimento oposto, segundo ele, tem tomado o Brasil. "Aqui no Brasil, paradoxalmente cresce o movimento de defesa de maior abertura comercial", afirmou. Segundo ele, o setor da indústria de aço não é contra a abertura comercial, mas exige que assimetrias estruturais sejam antes ajustadas. O executivo falou durante o Congresso Aço Brasil, que tem início hoje em São Paulo.