Indústria: para economista, explicação para desempenho ruim da indústria vai além do pessimismo (Nelson Ching/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 17h09.
São Paulo - O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês de maio, divulgado nesta terça-feira, 24, pelo Ministério do Trabalho, é mais um indicador que reforça o baixo dinamismo da atividade econômica, na avaliação do economista da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Bacciotti.
"Foi um resultado bem fraquinho. O fato de a indústria ter sido a principal contribuição negativa é mais um indicativo de fraqueza da atividade industrial", afirmou.
Apesar de ter registrado um saldo positivo de 58.836 vagas criadas no mês passado, o resultado do Caged foi o pior para os meses de maio em 22 anos.
Só a indústria de transformação fechou 28.533 vagas a mais do que gerou de postos de trabalho no mês passado.
Para o economista, a explicação para o desempenho ruim da indústria vai além do pessimismo.
"Há um cenário bem desfavorável, com perda de ritmo, fraqueza das exportações, elevado nível de estoques e essa desconfiança (dos empresários) resume um pouco o baixo dinamismo que estamos vendo há algum tempo", disse.
Segundo ele, há um "conjunto" que torna o panorama mais desfavorável. "Agora esse cenário está sendo estampado nos indicadores de emprego."
Durante coletiva para comentar os números do Caged, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, atribuiu ao "pessimismo dos empresários" o resultado ruim do setor industrial na geração de empregos com carteira assinada em maio.
Dias disse ainda que espera que as medidas de ajuda à indústria, anunciadas pelo governo na semana passada, ajudem o setor.
Bacciotti, no entanto, diz que não faz uma avaliação positiva sobre as medidas anunciadas pelo governo. "Elas não devem ajudar de maneira significativa a reverter esse quadro, podem ter algum benefício para um ou outro setor", afirmou.