Economia

TCU dá prazo de 10 dias para Economia apresentar medidas para ampliar BPC

A decisão, na prática, pressiona governo a agilizar solução para o Benefício de Prestação Continuada nesse momento de crise com a epidemia do coronavírus

Ministério da Economia: pasta deve apresentar medidas para ampliação do BPC (Adriano Machado/Reuters)

Ministério da Economia: pasta deve apresentar medidas para ampliação do BPC (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2020 às 16h56.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 16h56.

O Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de 10 dias para o Ministério da Economia encaminhar um plano de ação para apresentar as medidas necessárias para a implantação da ampliação ao acesso ao benefício de assistência social voltado para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, o BPC.

Pela decisão, aprovada nesta quarta-feira por unanimidade pela Corte de Contas, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, terá que apontar as medidas compensatórias para implementar a ampliação do benefício aprovada pelo Congresso. Ou com aumento de receita ou corte de despesa.

O custo apresentado pela equipe econômica ao TCU oficialmente é de R$ 14,3 bilhões em decorrência da possibilidade de ingresso de novos beneficiários no programa.

A decisão de hoje do TCU, na prática, pressiona o governo a agilizar uma solução para o BPC nesse momento de crise com a epidemia do coronavírus.

Lideranças da Câmara estão próximas de um acordo para garantir a ampliação do BPC. Ainda que mais restrito que o votado pelo Congresso, o acordo facilita que a medida possa ser implementada o mais rápido possível para ajudar a população mais vulnerável nesse período de enfrentamento do novo coronavírus.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comunicou nesta quarta-feira, 18, ao TCU que lideranças da Casa estão buscando acordo para construir uma alternativa para a revisão do critério de acesso ao BPC.

Na última quarta, 11, parlamentares derrubaram veto do presidente Jair Bolsonaro e estendeu o BPC a pessoas com renda familiar de até R$ 522,50 por pessoa. Antes, era elegível a família com renda de até R$ 261,25 por pessoa. Com a ampliação, o governo estima um custo adicional de R$ 217 bilhões em uma década - o equivalente a 27% da economia obtida com a reforma da Previdência. Vai aumentar também a fila de espera por benefícios do INSS, que hoje acumula 1,8 milhão de pessoas.

Na sexta-feira, 12, o TCU suspendeu, em caráter liminar (provisório), a ampliação do benefício. A medida atendeu a um pedido do Ministério da Economia.

Em ofício a qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, Maia informa a Dantas que "sob sua coordenação" as lideranças vão buscar um acordo sem se descuidar do propósito social do benefício.

Segundo a reportagem apurou, a oposição aceitou manter o valor de referência para o recebimento do BPC na renda familiar de no máximo 25% do salário mínimo, mas o governo admitiu a criação de algumas situações específicas em que pode chegar a 50%, por exemplo, quando a pessoa tiver uma deficiência grave.

Com isso, aumenta-se a base de famílias que receberão o BPC, mas num volume que o governo consegue administrar.

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroTCU

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega