Economia

Desemprego no Brasil cai para 6,9% em junho, menor taxa para o mês desde 2014

A população ocupada atingiu novo recorde da série histórica e chegou a 101,8 milhões

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 31 de julho de 2024 às 09h00.

Última atualização em 31 de julho de 2024 às 11h55.

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em junho de 2024 caiu para 6,9%, a menor taxa para o trimestre desde 2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a expectativa do mercado financeiro, que projetava a taxa em 6,9%

A população ocupada atingiu novo recorde da série histórica e chegou a 101,8 milhões. O total de trabalhadores do país cresceu 1,6%, mais 1,6 milhão de pessoas, no trimestre e 3,0%, mais 2,9 milhões de pessoas, no ano.

A população desocupada – pessoas que procuravam por trabalho – caiu para 7,5 milhões de pessoas, com reduções de dois dígitos em ambas as comparações: -12,5%, menos 1,1 milhão de pessoas, no trimestre e -12,8%, menos 1,1 milhão de pessoas, no ano. Esse é o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

Taxa de desemprego no Brasil em junho de 2024

  • A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,9no trimestre entre abril e junho de 2024

Por que o desemprego no Brasil caiu em junho?

Segundo o IBGE, o número de empregados do setor privado (52,2 milhões) foi recorde, impulsionado pelos novos recordes nos contingentes de trabalhadores com carteira (38,4 milhões) e sem carteira assinada (13,8 milhões). 

“Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres” destaca a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

A analista observa que, na comparação trimestral, as três atividades com alta da ocupação foram o Comércio, a Administração pública e as atividades de Informação e Comunicação. “Esses três setores absorvem um contingente muito grande de trabalhadores, de serviços básicos e também de serviços mais especializados. Assim, a expansão da ocupação nessas atividades acaba contribuindo para o processo de crescimento da remuneração e do nível da ocupação de diversos segmentos no mercado de trabalho ” observa Adriana.

A coordenadora lembra que o comportamento sazonal do setor público continua tendo um papel importante na alta da ocupação. “O setor público, no segundo trimestre, tem um processo de expansão puxado principalmente pelo segmento da Educação no Ensino Fundamental. Há aí um efeito cíclico da educação básica, com professores em contratos temporários. Mas também tivemos uma contribuição da administração pública municipal”.

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