Economia

Tarifa zero não influenciou importação de arroz, diz ministério

Guedes disse que a iniciativa do governo de reduzir em setembro as tarifas de importação de arroz "travou" o preço do produto, ainda que em patamar alto

 (Pilar Olivares/Reuters)

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FS

Fabiane Stefano

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 18h25.

A importação de arroz em outubro não sofreu influência da implementação, no mês anterior, de uma cota sem tarifa para compra de 400 mil toneladas do produto de fora do Mercosul até o final do ano, apontou o Ministério da Economia nesta terça-feira. A decisão foi tomada pelo governo em meio à expressiva alta no preço do arroz no país.

"Observamos um crescimento da importação do arroz sem casca, mas de países do Mercosul, que já têm tarifa zero. Então não observamos ainda uma utilização da cota após a sua implementação", afirmou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, em coletiva de imprensa. Em setembro, o Ministério da Economia havia feito a mesma avaliação.

Em outubro, a importação de arroz sem casca cresceu 114% sobre igual mês de 2019, a 102 mil toneladas, com Uruguai, Paraguai e Argentina concentrando basicamente toda a venda do produto.

Já a importação do arroz com casca caiu 54% na mesma base, a 2,5 mil toneladas, sendo Paraguai e Uruguai as principais origens. Atualmente, incidem sobre os países fornecedores de fora do Mercosul as tarifas de 12% sobre o grão beneficiado e de 10% sobre o arroz em casca.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou a parlamentares que o governo está preparado para zerar tarifas de importação em caso de elevação de preços, a exemplo do que fez com o arroz. Ele disse que a iniciativa do governo de reduzir em setembro as tarifas de importação de arroz "travou" o preço do produto, ainda que em patamar alto.

No início de outubro, o Ministério da Agricultura divulgou que o Brasil já havia negociado um total de 225 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, Índia e Guiana, e que a expectativa era de que os carregamentos entrassem no país na segunda quinzena de outubro e em novembro.

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