Economia

Continua suspense sobre resgate dos bancos espanhóis

Soraya Sáenz assegurou que ''não há uma decisão tomada'', em resposta às informações da imprensa que apontaram que a Espanha vai pedir o resgate neste sábado

Soraua Sáenz: "Uma vez conhecida a aproximação dos números, o governo revelará sua decisão a respeito'' (Javier Soriano/AFP)

Soraua Sáenz: "Uma vez conhecida a aproximação dos números, o governo revelará sua decisão a respeito'' (Javier Soriano/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 17h01.

Madri - A possibilidade de um resgate europeu planou nesta sexta-feira sobre o setor financeiro espanhol, à espera dos resultados do relatório que o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgará na próxima segunda-feira sobre as necessidades de capital dos bancos.

No governo espanhol, a vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaría, assegurou que ''não há uma decisão tomada'', em resposta às informações da imprensa que apontaram que a Espanha vai pedir o resgate neste sábado.

Em entrevista coletiva, a ''número 2'' do governo de Mariano Rajoy se defendeu na posição reiterada pelo Executivo de que é preciso esperar para conhecer os relatórios independentes sobre as necessidades de capital e saneamentos do setor.

''É preciso respeitar o procedimento e esperar para se conhecer a cifra que os avaliadores vão dar. Uma vez conhecida a aproximação dos números, o governo revelará sua decisão a respeito'', ressaltou o vice-presidente.

Soraya se referia, por um lado, ao relatório que o FMI publicará na próxima segunda-feira sobre a economia espanhola e que conterá um número de necessidades de recapitalização do setor bancário.

Além disso, o governo encarregou relatórios a duas firmas de consultoria e quatro de auditoria sobre o déficit de capital e de provisões que os bancos acumulam.

No dia 21 de junho, no mais tardar, serão publicados os resultados das auditorias nos bancos que as consultoras Oliver Wyman e Roland Berger realizam, enquanto para o dia 31 de julho se espera uma análise mais complexa sobre as bolsas de crédito, realizado pelas auditoras Deloitte, PwC, Ernst&Young e KPMG.


Segundo foi remetido nesta sexta-feira à imprensa, em seu relatório, o FMI calculará que os bancos espanhóis precisam de 40 bilhões de euros.

O governo já anunciou que exigirá dos bancos que cubram o déficit de capital e provisões que estas firmas detectarem, o que se considera como um passo prévio para o resgate, perante a clara incapacidade do setor de conseguir aportes multimilionários.

A vice-presidente, que nesta sexta-feira foi perguntada insistentemente pelos jornalistas sobre se um pedido nesse sentido podia ser descartado, não deu uma resposta firme e insistiu na necessidade de esperar os relatórios.

''Categoricamente não. É falso, não precisamos ser resgatados'', assegurou, no entanto, a secretária de Estado de Orçamentos e Despesas, Marta Fernández Currás, perguntada sobre o mesmo assunto.

O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García Margallo, por sua vez, atribuiu as informações sobre um suposto resgate da Espanha no sábado a um interesse dos especuladores, ''as pessoas que esperam ganhar dinheiro nos mercados sobre a base de notícias que baixem o valor dos bônus espanhóis''.


No mesmo sentido que o governo espanhol, o porta-voz de economia da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj, recomendou à Espanha que espere para saber os resultados das auditorias antes de solicitar um resgate europeu.

''Dissemos e reiteramos que é muito importante, primeiro, que se tenha clareza sobre os números, sobre o alcance das imperfeições do setor bancário antes de fazer um possível resgate'', destacou Altafaj em declarações à imprensa.

De qualquer forma, o porta-voz deixou claro que a União Europeia (UE) está preparada para ajudar. ''Os instrumentos apropriados estão em vigor e prontos para serem utilizados'', assegurou, em referência ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

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