Economia

Redução em tributo aumenta exportação de couro sem acabamento

A redução de 9% para 7% na alíquota para exportação do couro wet blue pouco processado e usado sobretudo na fabricação de calçados em vigor desde meados de janeiro, já está provocando uma alta na venda dessa matéria-prima. Nesses dois meses de alíquota reduzida, o volume exportado de wet blue, que ficou estagnado em 2003, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.

A redução de 9% para 7% na alíquota para exportação do couro wet blue pouco processado e usado sobretudo na fabricação de calçados em vigor desde meados de janeiro, já está provocando uma alta na venda dessa matéria-prima. Nesses dois meses de alíquota reduzida, o volume exportado de wet blue, que ficou estagnado em 2003, cresceu 13% em relação ao mesmo período de 2002 mas caiu 7% em termos de valores. Essa discrepância, segundo a Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul), reflete a tendência de queda dos preços praticados para o wet blue no mercado internacional.

A medida de redução da alíquota para a exportação do couro wet blue é criticada por muitos executivos do setor coureiro-calçadista. O motivo é que eles acreditam que o país perde ao facilitar a exportação desse couro primário um produto de preço baixo no mercado internacional e acaba desestimulando as vendas de produtos de couro acabado. Uma peça de couro wet blue custa em média 30 dólares, contra 90 dólares da peça de couro acabado.

A receita com exportações de couros acabados, no entanto, ainda não sofreu queda e cresceu 28% nos meses de janeiro e fevereiro, passando de 60,8 milhões de dólares para 77,83 milhões. Esse aumento contribuiu para a variação de 5% no faturamento total com as exportações do setor. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas totais de couro para o exterior somaram cerca de 174 milhões de dólares no primeiro bimestre de 2004.

Amadeu Fernandes, no entanto, presidente do Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB), afirma que esse desempenho não se manterá por muito tempo. Segundo ele, os números em alta ainda são reflexo de negócios fechados no ano passado pelas empresas de couro do país que investiram na aquisição de tecnologias para beneficiar o produto.

Um sinal disso, é que as exportações do couro chamado de crust, um produto semi-acabado, já sofreram uma redução de 20% nos meses de janeiro e fevereiro. 

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