Economia

S&P espera que proporção dívida/PIB chegue a 72% em 2020

A agência afirmou ainda que espera que o ciclo de queda dos juros do Brasil continue ao longo de 2017 e disse que notou que a inflação tem declinado

S&P: a agência divulgou ainda a avaliação de que acredita que o governo mantém a confiança na reforma da Previdência (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

S&P: a agência divulgou ainda a avaliação de que acredita que o governo mantém a confiança na reforma da Previdência (Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 21h50.

São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) estima que a proporção entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil chegue a 72% em 2020. A estimativa foi publicada nesta terça-feira, 15, em texto da agência que acompanhou a retirada da nota BB do País da observação para possível rebaixamento.

A agência afirmou ainda que espera que o ciclo de queda dos juros do Brasil continue ao longo de 2017 e disse que notou que a inflação tem declinado significativamente.

A empresa de classificação de risco espera que as exportações líquidas deem suporte ao crescimento neste e no próximo ano. A expansão real do PIB deve ser de 0,5% em 2017.

A S&P aguarda ainda que em 2017 o déficit geral do governo seja de 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e decline para 5,8% em 2020. De acordo com a agência, isso é consistente com a redução devagar do déficit primário federal, que deve ser em média de 1,7% no período de 2017 a 2020.

A agência diz ainda que as contas externas brasileiras continuam em ajuste, com o déficit em conta corrente de 1,1% do PIB este ano, de 1,3% em 2016.

Reforma da Previdência

A S&P divulgou ainda a avaliação de que acredita que o governo mantém a confiança na reforma da Previdência, apesar dos desafios políticos.

"O governo parece empenhado em fazer avançar a reforma da Previdência, em conter o crescimento das despesas e em avançar a ativa agenda de reformas microeconômicas".

Na opinião da agência, porém, a passagem de "alguma reforma" da Previdência não pode esperar até depois das eleições de 2018. "Serão necessárias ainda medidas politicamente difíceis adicionais no Congresso para diminuir a rigidez orçamentária em 2019, já no âmbito do próximo governo", afirmou.

A empresa disse ainda que, dada a magnitude de desafios econômicos, a incapacidade do Congresso de avançar a reforma da Previdência reflete "a capacidade mais limitada da classe política do Brasil em promover a prosperidade econômica e as medidas fiscais sustentáveis".

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