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Sob pressão, Grécia tem dura negociação com credores

Representante dos bancos gregos já disse que os banqueiros não aceitarão voluntariamente um perdão de mais que 50% de seus títulos gregos

Policiais gregos vigiam hotel em Atenas, em uma nova sessão de protestos contra a crise (Angelos Tzortzinis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 19h30.

Atenas - O diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, representante dos bancos credores da Grécia , chegou nesta quinta-feira à Atenas para prosseguir com a dura negociação entre o governo grego e seus credores privados para reduzir parte da dívida do país - que se encontra sob intensa pressão do FMI.

Dallara já disse repetidas vezes que os banqueiros não aceitarão voluntariamente um perdão de mais que 50% de seus títulos gregos, equivalente a cerca de 100 bilhões de euros.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, diz que só irá desbloquear seus empréstimos à Grécia se houver um plano claro de redução da dívida pública grega dos 160% atuais para 120% do PIB em 2020.

A proposta atual, no entanto, permitiria que a dívida chegasse a cerca de 130% do PIB em 2020, de acordo com fontes próximas às negociações.

"Para garantir a sustentabilidade da dívida da Grécia, é essencial um novo programa baseado em uma combinação de apoio do setor privado e setor público. Só assim se chegará aos 120% do PIB em 2020", disse na quarta-feira à noite o FMI.

Por enquanto, o setor público - em particular o Banco Central Europeu (BCE), que tem 45 bilhões de dívida grega - se fez de surdo.

"É preciso encontrar uma solução e aplicá-la rapidamente", disse ao Financial Times o diretor-executivo do Bank of America Merrill Lynch, Brian Moynihan, de Davos, onde se encontra esta semana para o Fórum Econômico Mundial.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu o novo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e deu total apoio de seu país às reformas é às medidas de austeridade realizadas na Espanha.


"É absurdo oferecer dinheiro se não lutamos contra as origens da crise", disse Merkel na quarta-feira a seis jornais europeus.

Apesar das preocupações sobre o caso grego, os mercados financeiros reagiram com calma e não ficaram, como tantas vezes no passado, à beira de um colapso nervoso.

"Há uma grande pressão de todos os Estados-membros sobre a Grécia e sobre os bancos para chegar a um acordo", disse uma fonte europeia.

Operadores também receberam com otimismo a notícia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) irá manter suas taxas de juros em um nível bastante baixo até 2014.

A decisão do Fed levou o euro a apresentar forte alta, situando-se a 1,3175 dólar no período da manhã, seu mais alto nível em um mês.

No mercado de títulos, houve outras boas notícias nesta quinta-feira.

A Itália captou 5 bilhões de euros (6,57 bilhões de dólares) em títulos com vencimento em 2014, oferecendo juros baixos, mostrando uma diminuição da pressão dos mercados sobre o país. A nação italiana possui uma dívida colossal de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB) e espera emitir cerca de 450 bilhões de euros em obrigações este ano.

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Atenas - O diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, representante dos bancos credores da Grécia , chegou nesta quinta-feira à Atenas para prosseguir com a dura negociação entre o governo grego e seus credores privados para reduzir parte da dívida do país - que se encontra sob intensa pressão do FMI.

Dallara já disse repetidas vezes que os banqueiros não aceitarão voluntariamente um perdão de mais que 50% de seus títulos gregos, equivalente a cerca de 100 bilhões de euros.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, diz que só irá desbloquear seus empréstimos à Grécia se houver um plano claro de redução da dívida pública grega dos 160% atuais para 120% do PIB em 2020.

A proposta atual, no entanto, permitiria que a dívida chegasse a cerca de 130% do PIB em 2020, de acordo com fontes próximas às negociações.

"Para garantir a sustentabilidade da dívida da Grécia, é essencial um novo programa baseado em uma combinação de apoio do setor privado e setor público. Só assim se chegará aos 120% do PIB em 2020", disse na quarta-feira à noite o FMI.

Por enquanto, o setor público - em particular o Banco Central Europeu (BCE), que tem 45 bilhões de dívida grega - se fez de surdo.

"É preciso encontrar uma solução e aplicá-la rapidamente", disse ao Financial Times o diretor-executivo do Bank of America Merrill Lynch, Brian Moynihan, de Davos, onde se encontra esta semana para o Fórum Econômico Mundial.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu o novo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e deu total apoio de seu país às reformas é às medidas de austeridade realizadas na Espanha.


"É absurdo oferecer dinheiro se não lutamos contra as origens da crise", disse Merkel na quarta-feira a seis jornais europeus.

Apesar das preocupações sobre o caso grego, os mercados financeiros reagiram com calma e não ficaram, como tantas vezes no passado, à beira de um colapso nervoso.

"Há uma grande pressão de todos os Estados-membros sobre a Grécia e sobre os bancos para chegar a um acordo", disse uma fonte europeia.

Operadores também receberam com otimismo a notícia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) irá manter suas taxas de juros em um nível bastante baixo até 2014.

A decisão do Fed levou o euro a apresentar forte alta, situando-se a 1,3175 dólar no período da manhã, seu mais alto nível em um mês.

No mercado de títulos, houve outras boas notícias nesta quinta-feira.

A Itália captou 5 bilhões de euros (6,57 bilhões de dólares) em títulos com vencimento em 2014, oferecendo juros baixos, mostrando uma diminuição da pressão dos mercados sobre o país. A nação italiana possui uma dívida colossal de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB) e espera emitir cerca de 450 bilhões de euros em obrigações este ano.

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