Economia

Sob polêmica da espionagem, EUA e UE discutem livre comércio

Potências começaram a discutir um importante acordo bilateral, apesar das preocupações europeias sobre os programas norte-americanos de espionagem

Barack Obama e Michael Froman: representante dos EUA salientou os benefícios econômicos que acordo acarretaria para todo o sistema comercial global (Larry Downing/Reuters)

Barack Obama e Michael Froman: representante dos EUA salientou os benefícios econômicos que acordo acarretaria para todo o sistema comercial global (Larry Downing/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2013 às 18h00.

Washington - Os Estados Unidos e a União Europeia começaram na segunda-feira a discutir um importante acordo bilateral de livre comércio, apesar das preocupações da UE sobre os programas norte-americanos de espionagem, que ameaçaram retardar o início do processo após quase dois anos de preparativos.

O representante de Comércio Exterior dos EUA, Michael Froman, salientou os benefícios econômicos que o acordo acarretaria, não só para os Estados Unidos e a Europa, mas para todo o sistema comercial global.

"Temos a oportunidade de complementar uma das maiores alianças de todos os tempos, com uma relação econômica igualmente convincente", disse ele em declararão às duas delegações em Washington.

"E temos a oportunidade de trabalharmos juntos para estabelecer e reforçar as normas e padrões internacionais que irão ajudar a formar e fortalecer o sistema comercial multilateral e baseado em regras." O presidente dos EUA, Barack Obama, e os líderes europeus anunciaram em fevereiro a decisão de negociar um acordo comercial, mas as revelações acerca de programas de vigilância dos EUA sobre comunicações digitais e telefônicas no mundo todo " inclusive na UE" azedaram as relações no mês passado. A França sugeriu que o início do processo comercial fosse adiado em duas semanas, mas depois recuou.

Nos EUA, enquanto isso, as empresas da Internet temem que as regras de privacidade da UE elevem seus custos e as tornem menos competitivas, ao restringir o fluxo de dados através das fronteiras.

"A razão para termos decidido travar discussões agora é que estamos convencidos de que esse será um bom negócio para a Europa", disse o comissário (ministro) europeu do Comércio, Karel de Gucht, a jornalistas em Genebra. "Estamos convencidos de que esse acordo comercial resultará em mais empregos e mais crescimento." Uma fonte da UE disse que, paralelamente à negociação principal, especialistas graduados dos EUA e da UE se reuniram na segunda-feira, também em Washington, para tratar de questões de coleta e fiscalização de inteligência, privacidade e proteção de dados.

A chamada Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento será, se concretizada, o maior acordo de livre comércio do mundo, cobrindo cerca de 50 por cento da produção econômica global, 30 por cento do comércio global e 20 por cento dos investimentos estrangeiros diretos.

Acompanhe tudo sobre:ComércioComércio exteriorEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Economia

Alckmin: reforma tributária vai ampliar investimentos e exportações

Brasil tem déficit em conta corrente de US$ 4 bi em junho, mostra Banco Central

Arrecadação federal cresce 11,02% em junho e chega a R$ 208,8 bilhões

Plano Real, 30 anos: Carlos Vieira e o efeito desigual da hiperinflação no povo

Mais na Exame