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Síria adota o dólar após colapso da moeda local

Rumores sobre um apoio militar aos rebeldes levaram muitos sírios a correrem para comprar dólares, fazendo com que a moeda local caísse 20%

Mulher compra vegetais na cidade de Salqin, na Síria: fraqueza da libra pode prenunciar uma queda livre se o Banco Central ficar sem dólar para proteger a cotação (Muzaffar Salman/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 11h57.

Amã - Desde a última desvalorização da libra síria, o comerciante Aboud Katebee, de Damasco, já não pode mais colocar etiquetas de preços nos chocolates que vende para a classe média no bairro de Jaramana.

"Toda vez que o dólar sobe, mudo o preço dos meus produtos", disse o dono da mercearia, um homem de meia-idade.

Os rumores sobre um apoio militar árabe e ocidental aos rebeldes que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad levaram muitos sírios, em pânico, a correrem para comprar dólares, fazendo com que a moeda local fosse cotada nesta semana a menos de 200 unidades por dólar, uma queda de 20 por cento em quatro dias.

Executivos de bancos e empresas ouvidos pela Reuters por telefone dizem que a fraqueza da libra pode prenunciar uma queda livre se o Banco Central ficar sem dólar para proteger a cotação, após dois anos de uma guerra civil que já matou mais de 90 mil pessoas e causou prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.

Por causa desses temores, o dólar se tornou moeda corrente em transações cotidianas de todos os tipos -- ao contrário do que acontecia antes da guerra, quando só a elite tinha patrimônio avaliado em dólar.

"As transações em dólar costumavam ser restritas a grandes negociantes, que vendiam em dólares ao atacadista, mas agora até o menor varejista que vende em libras sírias baseia seus negócios nos movimentos diários do preço do dólar", disse Yousef Safouri, atacadista do setor de vestuário em Aleppo.

De feirantes a industriais, de importadores a advogados e taxistas, a crise fez com que o dólar circulasse muito mais amplamente, por ser uma defesa contra a desvalorização e a inflação.

Oficialmente, a inflação é de 50 por cento ao ano, mas economistas alertam que a Síria pode estar no caminho de uma hiperinflação. Desde o começo da crise, em março de 2011, a libra síria acumula desvalorização de 75 por cento. Naquela época, um dólar valia 47 libras.

As sanções da União Europeia às exportações petrolíferas sírias e o colapso no faturamento turístico interromperam duas importantes fontes de divisas do país, e a violência política praticamente paralisou a indústria e o comércio.

"As pessoas estão dizendo que para proteger nossas economias nós vamos para o dólar, porque ele preserva a riqueza", disse um executivo bancário de Damasco, acrescentando que isso causa uma pressão ainda maior sobre a cotação da libra.

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Amã - Desde a última desvalorização da libra síria, o comerciante Aboud Katebee, de Damasco, já não pode mais colocar etiquetas de preços nos chocolates que vende para a classe média no bairro de Jaramana.

"Toda vez que o dólar sobe, mudo o preço dos meus produtos", disse o dono da mercearia, um homem de meia-idade.

Os rumores sobre um apoio militar árabe e ocidental aos rebeldes que tentam derrubar o presidente Bashar al-Assad levaram muitos sírios, em pânico, a correrem para comprar dólares, fazendo com que a moeda local fosse cotada nesta semana a menos de 200 unidades por dólar, uma queda de 20 por cento em quatro dias.

Executivos de bancos e empresas ouvidos pela Reuters por telefone dizem que a fraqueza da libra pode prenunciar uma queda livre se o Banco Central ficar sem dólar para proteger a cotação, após dois anos de uma guerra civil que já matou mais de 90 mil pessoas e causou prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.

Por causa desses temores, o dólar se tornou moeda corrente em transações cotidianas de todos os tipos -- ao contrário do que acontecia antes da guerra, quando só a elite tinha patrimônio avaliado em dólar.

"As transações em dólar costumavam ser restritas a grandes negociantes, que vendiam em dólares ao atacadista, mas agora até o menor varejista que vende em libras sírias baseia seus negócios nos movimentos diários do preço do dólar", disse Yousef Safouri, atacadista do setor de vestuário em Aleppo.

De feirantes a industriais, de importadores a advogados e taxistas, a crise fez com que o dólar circulasse muito mais amplamente, por ser uma defesa contra a desvalorização e a inflação.

Oficialmente, a inflação é de 50 por cento ao ano, mas economistas alertam que a Síria pode estar no caminho de uma hiperinflação. Desde o começo da crise, em março de 2011, a libra síria acumula desvalorização de 75 por cento. Naquela época, um dólar valia 47 libras.

As sanções da União Europeia às exportações petrolíferas sírias e o colapso no faturamento turístico interromperam duas importantes fontes de divisas do país, e a violência política praticamente paralisou a indústria e o comércio.

"As pessoas estão dizendo que para proteger nossas economias nós vamos para o dólar, porque ele preserva a riqueza", disse um executivo bancário de Damasco, acrescentando que isso causa uma pressão ainda maior sobre a cotação da libra.

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