Economia

Sindicato critica reação do governo a erros na PNAD

O ASSIBGE-SN criticou a constituição de duas comissões para investigar erros de cálculo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referente a 2013


	Trabalhador do IBGE: instituto anunciou que houve engano no tratamento dos dados da PNAD 2013
 (Divulgação/IBGE)

Trabalhador do IBGE: instituto anunciou que houve engano no tratamento dos dados da PNAD 2013 (Divulgação/IBGE)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 15h44.

Rio - Representantes da executiva nacional do sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) debateram nesta terça-feira, 7, a crise institucional no órgão com a Secretaria-Geral da Presidência da República, em Brasília.

O ASSIBGE-SN criticou a constituição de duas comissões para investigar erros de cálculo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referente a 2013.

Segundo o sindicato, a repercussão do erro, assumido pelo IBGE no dia seguinte à divulgação da pesquisa, foi superdimensionada em função do ambiente eleitoral e levou o governo a uma resposta desmedida para aplacar as críticas.

"Não tem sentido procurar culpados por um trabalho que é coletivo. A expectativa de erro se amplia com a sobrecarga de trabalho. As equipes estão cada vez mais enxutas, com um plano de trabalho cada vez mais ambicioso", declarou Ana Magni, diretora da executiva nacional.

O IBGE anunciou, no último dia 19, que houve um engano no tratamento dos dados da PNAD 2013, divulgada um dia antes.

Após uma revisão das informações, o instituto esclareceu que a desigualdade de renda no País caiu um pouco no período investigado, em vez de ter aumentado ligeiramente, enquanto o rendimento médio do trabalho cresceu 3,8%, e não os 5,7% divulgados anteriormente.

O engano cometido em meio à corrida eleitoral levantou suspeitas de ingerência do governo no instituto.

Como resposta à polêmica, o Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado, instituiu uma comissão de especialistas para avaliar os dados da pesquisa e identificar eventual necessidade de revisão. 

O prazo para a conclusão dos trabalhos é de dois meses. Já a Casa Civil da Presidência da República criou uma Comissão de Sindicância Investigativa para apurar os erros já detectados e corrigidos.

"Reivindicamos o acompanhamento dessas comissões, já que estarão avaliando e inquirindo servidores", argumentou Ana.

Os sindicalistas foram recebidos hoje por José Lopez Feijóo, assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, que teria se comprometido a levar ao Ministério do Planejamento as questões apresentadas na reunião.

"O representante da Secretaria se mostrou disposto a dialogar com o Ministério do Planejamento e ficou de nos dar um retorno", disse a diretora do ASSIBGE-SN, reconhecendo, porém, que a resposta não será imediata.

"Não em curto prazo, vai demorar algumas semanas", acrescentou.

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