Economia

Setor privado já acredita em superávit comercial de US$ 2 bi

O setor privado defende investimento na competitividade principalmente dos produtos industrializados, que encerrarão o ano com déficit


	“Será um superávit graças exclusivamente aos produtos básicos. Mas o que realmente virou a balança foi a questão das plataformas. Sem as plataformas, teríamos um déficit comercial.”, destaca José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
 (Getty Images)

“Será um superávit graças exclusivamente aos produtos básicos. Mas o que realmente virou a balança foi a questão das plataformas. Sem as plataformas, teríamos um déficit comercial.”, destaca José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2013 às 10h13.

Brasília – A recente recuperação da balança comercial deve garantir um superávit pequeno de cerca de US$ 2 bilhões no final de 2013, acredita o setor privado. Os empresários revisaram a previsão anterior de déficit, mas chamam a atenção para o fato de que o resultado será puxado pela pauta de produtos básicos, inclusive o petróleo bruto, e por transações da Petrobras envolvendo a venda de plataformas de petróleo e gás para subsidiárias no exterior, sem que elas deixem o país. Apesar de dentro da lei, essas operações não são exportações efetivas.

O setor privado defende investimento na competitividade principalmente dos produtos industrializados, que encerrarão o ano com déficit.

A balança comercial teve resultados fracos este ano, principalmente em função da redução nas exportações e aumento das importações de petróleo. Houve parada programada para manutenção de algumas plataformas. Com o início da normalização da produção, aliado às transações envolvendo plataformas de extração de petróleo, à venda da safra recorde de soja, ao aumento do preço do minério de ferro e ao dólar valorizado, os resultados começaram a melhorar. Em setembro, houve superávit de US$ 2,147 bilhões, o segundo maior de 2013. A partir da segunda semana de outubro, o saldo negativo acumulado de US$ 1,6 bilhão foi revertido e agora há superávit de US$ 964 milhões.

“Será um superávit graças exclusivamente aos produtos básicos. Mas o que realmente virou a balança foi a questão das plataformas. Sem as plataformas, teríamos um déficit comercial. A gente tem que considerar que é registrado como exportação, é uma operação legal. Mas de forma geral, está caindo [a exportação de] manufaturados”, destaca José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). As operações com as plataformas são feitas para que a Petrobras possa se beneficiar do Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados à Produção e à Exploração de Petróleo e Gás (Repetro) e pagar menos impostos.

O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, ressalta que, em 2012, o déficit comercial dos produtos manufaturados foi US$ 94 bilhões. Para este ano, está previsto déficit aproximado de US$ 105 bilhões. “A cada ano, estamos reduzindo mais [as exportações de manufaturados]”, destaca Abijaodi. Em 2007, o déficit causado por esses produtos foi US$ 9,2 bilhões. Em 2008, saltou para US$ 39 bilhões. Em 2009, foi um pouco menor, chegando a US$ 36 bilhões. Em 2010, atingiu US$ 71 bilhões e, em 2011, US$ 92 bilhões.

O governo não divulga projeção de saldo para a balança comercial. No entanto, em entrevista sobre o resultado da balança de setembro, Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, destacou que a pasta espera superávit para 2013 em função de fatores como retomada das exportações de petróleo e valorização do dólar.

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