Economia

Setor de veículos e governo acertam renovação, diz Fenabrave

A indústria de veículos e o governo devem acertar este mês os últimos detalhes para lançamento de um programa de renovação de frota, segundo a associação


	Carros: o projeto, apelidado de "Programa de Sustentabilidade Veicular" envolverá caminhões a partir de 30 anos de uso e carros a partir de 15 anos de uso, diz Fenabrave
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Carros: o projeto, apelidado de "Programa de Sustentabilidade Veicular" envolverá caminhões a partir de 30 anos de uso e carros a partir de 15 anos de uso, diz Fenabrave (.)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 18h27.

São Paulo - A indústria de veículos e o governo federal devem acertar neste mês os detalhes para lançar um programa de renovação de frota que deve incluir automóveis e motos, como forma de estimular as vendas de veículos novos, afirmou nesta quarta-feira o presidente da associação de concessionárias, Fenabrave.

O projeto, apelidado de "Programa de Sustentabilidade Veicular" envolverá caminhões a partir de 30 anos de uso e carros a partir de 15 anos de uso, afirmou a jornalistas o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Junior.

"A criação do programa pode ser assinada ainda neste mês. Há um compromisso verbal das entidades com o governo", disse o presidente da Fenabrave. Ele se referiu às 19 entidades que participam com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) da elaboração do plano e incluem sindicatos de metalúrgicos e associações de montadoras.

Segundo Assumpção Junior, a implantação do programa pode gerar vendas anuais adicionais de 500 mil carros por ano.

O mercado brasileiro de veículos caminha em 2016 para ter o quarto ano seguido de queda de vendas, pressionado pela crise econômica e baixa confiança dos consumidores. A expectativa da Fenabrave é de queda de cerca de 6 por cento nos licenciamentos após recuo de 26,5 por cento em 2015, que fez as vendas do setor recuarem para os níveis de 2007.

O presidente da Fenabrave disse que o programa de renovação não terá subsídios do governo federal, mas evitou dar detalhes sobre as condições financeiras que viabilizarão o plano.

Segundo proposta listada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o programa se viabilizaria por meio da criação de um seguro para "sustentabilidade veicular", nos moldes do atual DPVAT pago pelos proprietários de veículos. O pagamento desse seguro seria condição para o licenciamento do veículo.

Ainda de acordo com a proposta da CNT, os recursos desse seguro formariam um fundo que seria responsável pelo dispêndio com o programa. O fundo seria depositado na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil, segundo a proposta.

A frota de veículos com pelo menos 30 anos de uso no país é de cerca de 39 milhões de carros e comerciais leves e 1,7 milhão de caminhões e ônibus, segundo dados da associação de montadoras Anfavea, citados pela CNT.

Representantes da CNT não puderam ser contatados para comentar o assunto. O MDIC respondeu apenas que está "estudando propostas relacionadas ao setor automotivo, mas que não há definição" sobre elas.

O presidente da Fenabrave afirmou que o programa teria potencial para dar liquidez ao mercado, dando a consumidores mais condições para comprarem veículos novos.

Atualmente, o estoque de veículos novos à espera de comprador apenas nas concessionárias soma cerca de 300 mil unidades, suficiente para cerca de 50 dias de vendas, apesar de promoções em dezembro que ajudaram o desempenho do mês a crescer os licenciamentos em 16,7 por cento na comparação com novembro.

A crise causou o fechamento de cerca de mil concessionárias em 2015, número que pode crescer para 1,6 mil em 2016 se o cenário de queda nas vendas persista, segundo a Fenabrave.

Texto atualizado às 19h27

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