Economia

Setor de suínos chinês terá alta de preços por disputa com EUA

Em meio a disputas comerciais com Washington, Pequim impôs mais tarifas de importação sobre os produtos agrícolas norte-americanos

Consumidores chineses podem enfrentar alta significativa nos preços da carne de porco no médio prazo (Peter Andrews/Reuters)

Consumidores chineses podem enfrentar alta significativa nos preços da carne de porco no médio prazo (Peter Andrews/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de julho de 2018 às 16h35.

Paris - Consumidores chineses podem enfrentar uma alta significativa nos preços da carne de porco no médio prazo, depois de Pequim ter imposto mais tarifas de importação sobre os produtos agrícolas norte-americanos, em meio a disputas comerciais com Washington, disseram a OCDE e a FAO nesta terça-feira.

A China disse no mês passado que vai impor taxas extras de 2% sobre mais de 500 produtos dos Estados Unidos, incluindo a soja, a partir do dia 6 de julho, como resposta ao plano norte-americano de impor tarifas sobre 50 bilhões de dólares em produtos chineses, conforme as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo se intensificam.

As ameaças comerciais perturbaram os fluxos de mercados por todo o setor de commodities, do sorgo ao carvão, e inflacionaram o preço dos ingredientes para ração animal, como o farelo de soja.

A China, maior produtor e importador de suínos no mundo, depende do farelo de soja para alimentar os porcos, disseram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em seu Panorama Agrícola para 2018-2027.

"No médio prazo, tarifas mais altas e, portanto, um custo maior para a soja e para grãos para ração podem aumentar o custo da produção na indústria de suínos da China", escreveram no relatório.

"Isso, combinado com as tarifas mais altas e, portanto, preços maiores da carne de porco importada, poderia levar a aumentos perceptíveis nos preços domésticos de suínos", adicionaram as organizações.

Mas, no longo prazo, os efeitos da disputa entre EUA e China devem ser modestos, uma vez que a China pode potencialmente buscar produtos agrícolas de outros países, enquanto os EUA têm potencial para suprir outros mercados, disseram FAO e OCDE.

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosChinaConsumidoresEstados Unidos (EUA)PequimSoja

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor