Serviços: o setor também acumula quedas de 5% no ano (VEJA SP)
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 09h07.
Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 10h56.
São Paulo / Rio de Janeiro - A fraqueza do setor de serviços se agravou no início do quarto trimestre e registrou em outubro a maior queda da série histórica iniciada em 2012, em um ambiente de demanda prejudicada pela forte recessão.
O volume de vendas do setor recuou 2,4 por cento em outubro na comparação com o mês anterior, o terceiro mês seguido de perdas, no pior resultado mensal da pesquisa.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda nesta quarta-feira que, na comparação com outubro de 2015, a queda no volume foi de 7,6 por cento, a 19ª seguida e também a maior para a série iniciada em janeiro de 2012 nessa base de comparação.
O resultado foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de contração anual de 5,5 por cento em outubro, na mediana das projeções dos economistas consultados.
"A recessão explica essa piora do setor de serviços em outubro, que mudou de patamar. Esperamos que seja o fundo do poço", disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.
O IBGE destacou o desempenho das atividades de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com queda de 7,0 por cento no mês; serviços de informação e comunicação, com recuo de 3,1 por cento; e serviços profissionais, administrativos e complementares, cujo volume apresentou perdas de 1,9 por cento.
O agregado especial das atividades turísticas, ainda segundo o IBGE, mostrou queda de 1,3 por cento em relação a setembro.
A inflação de serviços desacelerou ligeiramente a alta em novembro a 0,42 por cento, sobre 0,47 por cento no mês anterior, com a recessão afetando a demanda de maneira geral e levando à desaceleração do IPCA.
Apesar da alta menor dos preços de serviços em novembro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) apontou que as expectativas das empresas do setor atingiram no mês passado o nível de otimismo mais baixo em três meses devido à situação econômica frágil que afeta o país.
"Para esse cenário negativo se reverter, precisa da retomada do crescimento. Os serviços dependem muito da indústria e dos governos, que passam por momentos difíceis e cortaram muito suas demandas e encomendas", completou Saldanha.