Economia

Setembro marca a retomada da indústria

A produção industrial de setembro cresceu 4,3% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Esse é o terceiro resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação, levando a um crescimento de 6,9% entre os meses de junho e setembro deste ano. Em relação a setembro de 2002, o crescimento foi de 4,2%, resultado que […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

A produção industrial de setembro cresceu 4,3% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Esse é o terceiro resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação, levando a um crescimento de 6,9% entre os meses de junho e setembro deste ano. Em relação a setembro de 2002, o crescimento foi de 4,2%, resultado que interrompe uma seqüência de cinco meses de queda neste indicador. O resultado também foi refletido já na divulgação feita pela Fiesp no mês passado. A federação divulgou que houve expansão de 6% em setembro. No mesmo mês, a indústria paulista quebrou um jejum de cinco meses e voltou a contratar em setembro, com alta de 0,29%.

O acumulado da produção industrial medido pelo IBGE de janeiro a setembro, comparado com o mesmo período do ano anterior, ficou em 0,1%, alterando o comportamento deste indicador que, em agosto desse ano, apresentou resultado negativo (-0,5%). Já o acumulado nos últimos doze meses ficou praticamente estável, passando de 1,7% em agosto para 1,6%.

Em bases trimestrais, os índices também revelam taxas positivas para o período julho-setembro de 2003, tanto frente ao terceiro trimestre de 2002 (0,2%), quanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (1,8%). Nesta última comparação, frente ao segundo trimestre deste ano, a taxa mais elevada é a de bens de consumo duráveis (7,4%), seguido de bens intermediários (2,4%), bens de capital (1,8%). Bens de consumo semi e não duráveis apresentou resultado negativo (-0,6%).

O aumento observado no ritmo de produção, entre agosto e setembro últimos, atingiu 16 dos 20 ramos pesquisados e as quatro categorias de uso. Destacam-se, pela magnitude das taxas, os resultados observados em mobiliário (14,5%), material elétrico e de comunicações (13,9%) e farmacêutica (10,7%). A metalúrgica, setor relativamente mais aberto às exportações, mas também com forte encadeamento interno, se destaca por apresentar crescimento há cinco meses consecutivos na série com ajuste sazonal e acumula taxa de 8,6% entre março e setembro de 2003.

Ainda na comparação setembro 03/agosto 03, entre as categorias de uso, merece destaque o crescimento de 3,1% do segmento de bens intermediários, o de maior dinamismo ao longo do ano. A taxa é expressiva, mas fica abaixo da média global (4,3%). Já as áreas de produção de bens finais exibem taxas mais elevadas: bens de capital (8,0%), bens de consumo duráveis (5,1%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (4,6%). No caso deste último segmento, os índices eram negativos há três meses consecutivos. Esse perfil de desempenho sugere que, além da sustentação do bom desempenho das vendas externas, também tem sido importante para o comportamento recente da indústria a reação verificada em setores predominantemente voltados ao atendimento do mercado interno. Em setembro, a produção de bens de consumo duráveis praticamente repete o ritmo de crescimento observado entre julho e agosto, quando apresentou taxa de 5,6%.

Na comparação com setembro de 2002, o crescimento de 4,2% neste mês é o mais elevado do ano e supera ligeiramente o resultado de fevereiro (4,0%). Dos 20 ramos pesquisados, 13 tiveram crescimento. Os de maior impacto sobre o índice global foram, por ordem de importância: química (6,3%); mecânica (10,6%); produtos alimentares (4,9%) e material elétrico e de comunicações (9,2%). Nestes ramos, destacaram-se, principalmente, álcool, tratores agrícolas, café solúvel e televisores. Dos sete ramos em queda, os que mais pressionaram o índice geral foram vestuário e calçados (-6,8%), minerais não metálicos (-5,9%) e produtos de matérias plásticas (-9,3%). Neste caso, destacaram-se os seguintes itens: blusas e camisas de esporte; cimento e mangueiras, canos e tubos de plástico.

O crescimento generalizado de setembro fica expresso pelo fato de que, dos 61 subsetores pesquisados, 40 cresceram. No mês de agosto, somente 22 subsetores tiveram taxas positivas.

Nos índices por categorias de uso, ainda no confronto setembro 03/setembro 02, o setor de bens de capital apresenta aumento de 8,6%, a sua mais elevada taxa desde novembro de 2001. Além do subsetor de máquinas e equipamentos agrícolas continuar crescendo (34,4%), destaca-se o comportamento positivo do subsetor de material de transporte (caminhões pesados).

Na comparação com setembro de 2002, o crescimento de 4,9% no segmento de bens de consumo duráveis foi influenciado pelo desempenho da produção de eletrodomésticos que, em conjunto, cresce 11,7%, com o segmento da "linha marrom" (TV, rádio e som) atingindo 17,3% de aumento. Nesse mesmo tipo de indicador, a área de bens de consumo semiduráveis e não duráveis teve ligeiro crescimento (0,6%), seu primeiro resultado positivo desde março de 2003, graças, basicamente, ao aumento de 13,6% verificado na produção de carburantes (gasolina e álcool). O desempenho de bens intermediários (4,3%) é muito próximo ao da média global da indústria (4,2%) e reflete o comportamento positivo de vários subsetores, como: insumos industriais elaborados (2,1%); peças e acessórios para bens de capital (25,3%); alimentos e bebidas elaborados para indústria (11,3%) e combustíveis e lubrificantes elaborados (5,8%).

O comportamento favorável da atividade industrial em setembro tem impacto nos índices de média móvel trimestral, que passam a apresentar movimento positivo em todas as categorias de uso. Na indústria geral, o aumento observado neste índice entre os meses de agosto e setembro é de 2,3%, com destaque para bens de consumo duráveis (4,1%), seguido de bens de capital (3,9%), bens intermediários (2,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (1,0%).

O acumulado janeiro-setembro apresenta ligeiro aumento (0,1%) para a indústria geral, com a extrativa mineral crescendo 2,1% e a indústria de transformação caindo 0,2%. Em agosto, a extrativa mineral já apresentava esse mesmo ritmo, mas a indústria de transformação tinha taxa de -0,8%. Entre os dez ramos com crescimento em setembro (eram sete em agosto), a mecânica (9,3%) se mantém com o resultado mais importante, seguida de metalúrgica (5,3%) e extrativa mineral (2,1%). As maiores pressões negativas sobre a taxa global da indústria foram de vestuário e calçados (-13,8%), material elétrico e de comunicações (-5,4%) e farmacêutica (-18,6%).

Nos índices por categorias de uso, bens intermediários (1,3%) se manteve como o único segmento acima da média global. Nos demais, os índices foram negativos: bens de capital (-1,4%), bens de consumo duráveis (-3,5%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-3,8%).

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