Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Julien Imbert, sócio do BCG, e Roberto Caetano, redator-chefe de EXAME (Germano Luders/Exame)
Camila Pati
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 17h52.
Última atualização em 4 de setembro de 2017 às 18h10.
São Paulo - Com 2,6 milhões de alunos no Brasil, o SENAI é a instituição de formação de mão-de-obra que mais presta serviço para indústria brasileira e atende 20 mil empresas por ano. "O SENAI surpreende muita gente", disse Rafael Luchesi, diretor de Educação e Tecnologia da CNI e diretor geral do SENAI, durante o EXAME Fórum, nesta tarde em São Paulo.
A instituição se arvora como um dos grandes trunfos possíveis do Brasil diante da Revolução 4.0. em duas dimensões: fomento à produtividade por meio da digitalização e formação de mão de obra.
E há muito a ser feito, ele mesmo confessa já que pesquisa da CNI com indústrias brasileiras mostra que apesar de 58% de seus CEOs acharem importante a digitalização, apenas 48% têm algum grau de digitalização do processo fabril. " Mas como isso será padrão de exclusão no futuro, é claro que as organizações terão que se mover mais rapidamente do costumeiramente acontece no Brasil", diz Lucchesi.
A segunda dimensão é na educação profissional com estudos prospectivos. "Já temos estudos com iniciativas de formação para a indústria 4.0. Capacitações, por exemplo, de cientista de dados, supervisor de robôs já estão no pipeline do SENAI.
Já há na cidade de São Caetano do Sul (SP) uma escola 4.0 com laboratórios tecnológicos e centros de inovação do SENAI são 25 espalhados pelo país. " Inovação é o principal fator de competividade", diz seu diretor geral.
Segundo ele, o país não terá alternativa no futuro se não pensar no modelo de educação. De acordo com ele, um grave problema na matriz da educação brasileira " Só 8% dos jovens fazem educação técnica junto com a educação regular", disse.
A lógica academicista do Brasil é excludente, mas o fomento do ensino técnico, que veio com reforma do Ensino Médio, é uma boa notícia. " Temos 10 anos para mudar isso", disse.