Economia

Semana do mercado acaba pior do que começou

A semana dos mercados brasileiros se encerra com nervosismo. A crise que fez Wall Street bater o recorde de baixa e duas pesquisas eleitorais nacionais comandaram a movimentação dos negócios -- que chegou abaixo de 10 000 pontos na Bolsa de Valores de São Paulo. O real também sofreu na última semana. O dólar valia […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h25.

A semana dos mercados brasileiros se encerra com nervosismo. A crise que fez Wall Street bater o recorde de baixa e duas pesquisas eleitorais nacionais comandaram a movimentação dos negócios -- que chegou abaixo de 10 000 pontos na Bolsa de Valores de São Paulo. O real também sofreu na última semana. O dólar valia 2,85 reais no dia 18 de julho e ontem foi encerrado a 2,99 reais.

A desconfiança dos investidores em relação às eleições presidenciais e às fraudes contábeis de companhias multinacionais roubou a cena de fundamentos econômicos positivos. Odair Abate, do Lloyds Bank, aponta alguns deles:

1. O superávit primário do setor público atingiu 5,4 bilhões de reais em junho e superou a estimativa do mercado (3,8 bilhões), o saldo de maio de 2002 (2,98 bilhões) e o de junho de 2001 (3,4 bilhões). O acumulado no semestre ficou em 28,9 bilhões de reais, bem acima da meta de 25 bilhões negociada com o FMI para o período. "Tal performance supera em importância o impacto negativo que a forte desvalorização do real gerou para a dívida líquida pública consolidada", afirma o economista.

2. O déficit em contas correntes em junho ficou em 1,294 bilhão de dólares e acumulou 18,15 bilhões e 3,5% do PIB em 12 meses. No ano o acumulado está em 8,34 bilhões negativos, expressivamente abaixo dos 13,34 bilhões negativos observado em igual período de 2001. "É uma melhora considerável se lembrarmos que há um ano o déficit chegava a 4,84% do PIB e acumulava 26,6 bilhões de dólares."

3. O Comitê de Política Monetária (Copom) admitiu que a taxa de inflação este ano deverá ficar acima do teto da meta (5,5%) devido aos choques externos, mas deixou explícito que, com a taxa de juros atual, a inflação ficará abaixo do ponto médio da meta em 2003 (4%). Ou seja, em tese, há espaço para o juro voltar a ceder.

Apesar disso, o mercado segue pessimista. Deixa-se de considerar a evolução relativamente favorável das variáveis econômicas internas no curto prazo (números fiscais e melhora das contas externas) e se questiona sobre a possibilidade de uma evolução sustentável nessas variáveis ao longo do tempo, particularmente a partir de 2003, com o novo governo.

Ontem, o Ibope divulgou pesquisa que confirma o candidato Ciro Gomes (PPS) isolado em segundo lugar, 13 pontos na frente do governista José Serra (PSDB). Ciro tem 26% das intenções de voto, e Seraa, 13%. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança, com 33%.

Hoje, o mercado deve digerir -- mal -- a pesquisa. Foi divulgada, pela manhã, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fipe, da terceira semana do mês de julho. A taxa ficou em 0,43%.

O Banco Central vai realizar à tarde a terceira operação conjugada de venda de títulos pós-fixados (LFT, Letras Financeiras do Tesouro) com troca de títulos cambiais (NBC-E, Notas do Banco Central, série Especial) por contratos de "swap cambial.

Nos EUA, será divulgado o índice de confiança dos consumidores calculado pela Universidade de Michigan referente ao mês de junho.

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