Congresso dos EUA: se não houver uma provisão para os Dreamers no projeto de lei orçamentário que circula hoje, pode ser que o sonho chegue ao fim (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 06h06.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2018 às 07h30.
O Congresso dos Estados Unidos caminha hoje para uma resolução do problema de financiamento do governo, fantasma que ronda o legislativo desde o final do ano passado.
De dezembro pra cá, o legislativo tem usado leis tampão, que apenas aprovam o financiamento por algumas semanas, para manter funcionando o governo central.
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Nesta quinta-feira à meia noite vence o último prazo, aprovado no dia 22 de janeiro, depois de o Senado falhar em chegar a um acordo comum sobre a legislação, o que levou o governo a passar três dias em “shutdown”, prejudicando pagamento de agências estatais e repasses financeiros.
Ontem, foi o Senado o primeiro a dar passagem a uma nova lei, quando líderes dos dois partidos chegaram a um acordo para financiar o governo pelo próximos dois anos, adicionando 300 bilhões de dólares ao déficit público, com financiamentos para a defesa e o exército, bem como outros programas domésticos.
O orçamento de defesa sozinho receberia um acréscimo de 80 bilhões de dólares este ano e 85 bilhões no ano fiscal 2019.
O anúncio do acordo foi dado pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que rompeu uma tradição republicana de ser o partido mais preocupado com a austeridade fiscal do governo.
Os 300 bilhões de dólares se somam ao déficit de 1 trilhão adicionado pela reforma tributária aprovada pelo partido no final do ano passado.
Nesta quinta-feira, a matéria irá para a Câmara, onde enfrentará oposição dos dois partidos. Com uma pluralidade maior de vozes, há muitos republicanos conservadores na Câmara, que devem votar contra um projeto que adicione tamanho rombo aos cofres públicos.
Os democratas, preocupados com a não adição de uma parcela do orçamento para a questão dos Dreamers, também devem se opor à pauta.
Os Dreamers são cerca de 800.000 imigrantes trazidos para os Estados Unidos ainda crianças e que eram, até setembro do ano passado, protegidos por um decreto que foi retirado pelo presidente Donald Trump.
Quando o último shutdown foi retirado, no final de janeiro, republicanos prometeram que tratariam da proposta antes de março.
Não é o que aconteceu. A líder da minoria na Câmara, Nancy Pelosi, fez um discurso de mais de oito horas nesta quarta-feira, o maior da história da Congresso, sobre a questão.
No dia 5 de março, há uma data limítrofe de quando os vistos dessa população poderão ser renovados e a partir da data muitos Dreamers estarão sob risco de deportação ou de irregularidade nos Estados Unidos.
Se não houver uma provisão para os Dreamers no projeto de lei orçamentário que circula hoje, pode ser que o sonho chegue ao fim.