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Selic sobe para 9,5% ao ano

Aumento de 0,75 ponto percentual na taxa deve conter as expectativas de inflação

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Unanimidade: Henrique Meirelles e os outros 6 membros do Copom decidem elevar a Selic para 9,5% ao ano (.)

Unanimidade: Henrique Meirelles e os outros 6 membros do Copom decidem elevar a Selic para 9,5% ao ano (.)

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Cacau Araújo

Publicado em 28 de abril de 2010 às, 21h25.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) determinou uma alta de 0,75 ponto percentual para a taxa Selic, fixada a 8,75% ao ano desde julho do ano passado, informa comunicado divulgado pelo Banco Central. A reunião acabou às 20h06 e a decisão foi unânime. É a primeira vez em 13 reuniões do Copom que a Selic sofre alta. A última vez que a taxa subiu foi em julho de 2008 - o ajuste também foi de 0,75 p.p. A ata desta reunião será publicada na quinta-feira (6) da semana que vem.

A decisão veio ao encontro do esperado pelo mercado. As negociações dos juros futuros encerraram esta quarta-feira (28) projetando a alta de 0,75 como majoritária.
 
O aumento ajuda a diminuir as expectativas de inflação, explica o economista sênior da LCA Consultores Homero Guizzo. O último boletim semanal Focus, que mede o consenso do mercado, mostrou que os analistas elevaram as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) deste ano pela 14ª vez consecutiva, chegando a 5,41%.

"A nossa expectativa é que a taxa seja elevada na próxima reunião, mas que comece a subir menos a partir do segundo semestre", afirmou Guizzo, que espera modificações na taxa por mais quatro reuniões. Segundo ele, subir o juro agora segura a inflação e impede que o aperto monetário se arraste por mais tempo.

Para o economista sênior da consultoria econômica da agência de rating Moody's Alfredo Coutiño, a alta de 0,75 ponto percentual deixa o mercado mais feliz porque amplia a diferença entre os juros dos títulos do Tesouro americano (hoje perto do zero) e os pagos pelo governo brasileiro.

Assim o Brasil vai se tornar mais atraente para investidores estrangeiros. No entanto, a forte desvalorização do câmbio brasileiro pode impor novas pressões no equilíbrio externo, pondera o economista.

Coutiño acredita que o BC terá muito trabalho pela frente porque o aperto monetário irá aumentar a competitividade do real. Isso acontece porque o real ficará mais forte em relação ao dólar e outras moedas. "O Banco Central terá de neutralizar o câmbio brasileiro por meio de uma aceleração da acumulação das reservas internacionais", disse ele.

Para o economista Newton Marques, professor da Universidade de Brasília (UnB), o impacto de uma alta de 0,75 p.p. é muito forte e deve travar os agentes econômicos do país. Segundo o professor o consumidor não deve demorar para sentir no bolso os efeitos do aumento da taxa. "Não há como se preparar para uma alta como essa", preocupa-se.

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