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Santander corta projeção de PIB para -3,2% este ano

Para 2016, a expectativa passou para -2,0%, de -1,0%

Santander: banco espera déficit de 1,5% este ano e rombo de 1,0% em 2016, o que levaria a dívida bruta para 68,0% e 75,0%, respectivamente (Luísa Melo/Exame.com)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 16h27.

São Paulo - O Santander reviu suas projeções e agora espera contração de 3,2% no PIB este ano, ante estimativa anterior de -2,8%. Para 2016, a expectativa passou para -2,0%, de -1,0%.

Enquanto isso, as projeções de inflação foram elevadas, para 10,0% em 2015 (de 9,5%) e 7,0% no próximo ano (de 6,5%). A previsão para o câmbio passou para R$ 4,00 no fim deste ano (de R$ 3,90) e R$ 4,10 em 2016 (de R$ 3,60).

"A projeção macroeconômica para o Brasil continua difícil, para dizer o mínimo. Em meio a uma ampla gama de fatores, as incertezas fiscais continuam a principal fonte de preocupação do ponto de vista dos mercados financeiros", diz o relatório assinado pelo economista Maurício Molan.

Mesmo assim, o banco argumenta que não há espaço para a situação se deteriorar muito mais, desde que as autoridades sinalizem compromisso com um nível mínimo de consolidação fiscal.

O Santander lembra que a inflação deve começar a perder força a partir do primeiro trimestre do próximo ano e que o ajuste nas contas externas tem sido mais rápido do que o esperado, graças à valorização do dólar.

O relatório aponta que, com a queda do PIB potencial, o aumento da dívida pública e a alta nos custos financeiros dessa dívida, o superávit primário necessário para estabilizar o endividamento em relação ao PIB aumentou e estaria agora perto de 3%.

O banco espera déficit de 1,5% este ano e rombo de 1,0% em 2016, o que levaria a dívida bruta para 68,0% e 75,0%, respectivamente.

O texto reconhece que o novo governo Dilma Rousseff mudou claramente a política fiscal adotada no primeiro mandato. Entretanto, os fundamentos fiscais continuam piorando, o que significa que as iniciativas adotadas até agora são insuficientes.

Parte disso é explicado pelos impasses no Congresso para aprovar as medidas do ajuste, enquanto outra parte se deve à recessão mais profunda do que o esperado.

"Nossa conclusão direta é que qualquer melhora nos preços dos ativos brasileiros e na avaliação de risco requer uma perspectiva muito menos adversa para a dívida pública", escreve a equipe liderada por Molan.

Os analistas dizem que o governo precisa promover reformas na Previdência; rever a fórmula de ajuste do salário mínimo; corrigir distorções em programas sociais; e aumentar impostos emergencialmente, equivalente a pelo menos 2% do PIB nos próximos dois anos.

"Infelizmente, nós acreditamos que o atual cenário político não é consistente com tais iniciativas".

No âmbito da política monetária, o banco diz que as discussões estão dominadas pelo debate sobre se o Brasil vive ou não um processo de dominância fiscal.

O Santander acredita que, apesar de usar oficialmente a retórica de que não há dominância fiscal, o Banco Central dará um peso considerável para a recessão e a situação fiscal nas suas decisões.

"Por essa razão, nós ainda esperamos que os juros caiam no próximo ano, especialmente à medida que o horizonte relevante para a política monetária avança para 2018, o que deve ocorrer entre o terceiro e o quarto trimestre de 2016". O banco projeta que a Selic terminará o próximo ano a 13,0%, de 14,25% este ano.

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"A projeção macroeconômica para o Brasil continua difícil, para dizer o mínimo. Em meio a uma ampla gama de fatores, as incertezas fiscais continuam a principal fonte de preocupação do ponto de vista dos mercados financeiros", diz o relatório assinado pelo economista Maurício Molan.

Mesmo assim, o banco argumenta que não há espaço para a situação se deteriorar muito mais, desde que as autoridades sinalizem compromisso com um nível mínimo de consolidação fiscal.

O Santander lembra que a inflação deve começar a perder força a partir do primeiro trimestre do próximo ano e que o ajuste nas contas externas tem sido mais rápido do que o esperado, graças à valorização do dólar.

O relatório aponta que, com a queda do PIB potencial, o aumento da dívida pública e a alta nos custos financeiros dessa dívida, o superávit primário necessário para estabilizar o endividamento em relação ao PIB aumentou e estaria agora perto de 3%.

O banco espera déficit de 1,5% este ano e rombo de 1,0% em 2016, o que levaria a dívida bruta para 68,0% e 75,0%, respectivamente.

O texto reconhece que o novo governo Dilma Rousseff mudou claramente a política fiscal adotada no primeiro mandato. Entretanto, os fundamentos fiscais continuam piorando, o que significa que as iniciativas adotadas até agora são insuficientes.

Parte disso é explicado pelos impasses no Congresso para aprovar as medidas do ajuste, enquanto outra parte se deve à recessão mais profunda do que o esperado.

"Nossa conclusão direta é que qualquer melhora nos preços dos ativos brasileiros e na avaliação de risco requer uma perspectiva muito menos adversa para a dívida pública", escreve a equipe liderada por Molan.

Os analistas dizem que o governo precisa promover reformas na Previdência; rever a fórmula de ajuste do salário mínimo; corrigir distorções em programas sociais; e aumentar impostos emergencialmente, equivalente a pelo menos 2% do PIB nos próximos dois anos.

"Infelizmente, nós acreditamos que o atual cenário político não é consistente com tais iniciativas".

No âmbito da política monetária, o banco diz que as discussões estão dominadas pelo debate sobre se o Brasil vive ou não um processo de dominância fiscal.

O Santander acredita que, apesar de usar oficialmente a retórica de que não há dominância fiscal, o Banco Central dará um peso considerável para a recessão e a situação fiscal nas suas decisões.

"Por essa razão, nós ainda esperamos que os juros caiam no próximo ano, especialmente à medida que o horizonte relevante para a política monetária avança para 2018, o que deve ocorrer entre o terceiro e o quarto trimestre de 2016". O banco projeta que a Selic terminará o próximo ano a 13,0%, de 14,25% este ano.

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